Ora et Labora

Solve et Coagula

AD ROSAM PER CRUCEM.'.AD CRUCEM PER ROSAM

 

por um Probacionista

 

I.Simbolismo do Corpo e da Cruz

 

Segundo o axioma hermético, “ como é acima, assim é abaixo”. Esta analogia entre o macrocosmos e o microcosmos é uma das chaves através da qual é possível desvendar os segredos da Bíblia e das demais Escrituras Sagradas de todos os povos. Todavia devemos advertir que estas condições são relativas e as características comparativamente estáticas do plano material são apenas um pálido reflexo da condições dinâmicas dos planos suprafísicos ou internos.

As relações entre o corpo humano e o Cosmos estão presentes nos Mistérios Sagrados de todos os povos. Tais relações foram elaboradas pelos antigos sábios na forma de grandes dramas que reproduziam as funções do corpo humano, os atributos mentais, as qualidades anímicas e a marcha do Sol no firmamento.

Todas as antigas religiões estavam fundamentadas no culto à natureza, o qual em forma derivada, sobreviveu até os nossos dias como um culto fálico.

A adoração das partes e funções do corpo humano começou no último período da chamada época Lemúrica. Nesta época o homem era representado pela letra T (Tau) ; pois a maior parte da humanidade só possuía os corpos denso, etérico e de desejos. Somente os precursores, que foram iniciados pelos Senhores de Mercúrio, teriam desenvolvido a mente nesta época, vindo a ser os Irmãos Maiores da Humanidade.

Sob o ponto de vista meramente histórico, sabemos que Ordens místicas e religiosas floresceram entre todos os povos antigos, e muitas destas tradições e ensinamentos foram revividos na Europa durante a chamada Idade Média.

Embora os estudos históricos, rigorosamente falando, não registram o uso do nome Rosacruz antes do Século XVII, época em que são publicados os primeiros manifestos, sob o ponto de vista místico a emergência do rosacrucianismo se perde na noite dos tempos.

As Escolas de Mistérios são constituídas por doze Irmãos em torno de um décimo-terceiro, chamado o Libertador. Este é o protótipo dos Doze Discípulos em torno de Cristo. O Irmão décimo-terceiro representa a Consciência Crística ou Cristão Rosa Cruz.

O chamado culto ao Sol remonta à Época Atlante, e também incorporava inúmeros símbolos e rituais do culto da Época anterior. É interessante notar que esse culto vem sendo transposto, de uma forma ou de outra, às principais religiões.

Os antigos povos costumavam construir seus templos na forma do corpo humano, ocupando o altar principal a mesma posição relativa ao cérebro, localizado no extremo ocidental do templo, enquanto o portal estava voltado para o Oriente, onde nasce o Sol, o doador da luz.

O Templo de Karnak, no Egito; o Tabernáculo no Deserto, dos judeus; as estruturas religiosas dos sacerdotes havaianos e também a Catedral de São Pedro, em Roma estão dispostas em forma de cruz.

Os sacerdotes da antiguidade conheciam as relações entre o macrocosmos e o microcosmos e sabiam que conhecer o homem era conhecer o Universo. Cada estrela no firmamento, cada elemento na Terra e cada função na natureza, estava representada no corpo humano.

Tal relação entre a natureza e a anatomia oculta do homem (oculta para as massas), constituía os ensinamentos secretos do Antigo Sacerdócio, que controlava a população.

O simbolismo anatômico desenvolvido para perpetuar tal conhecimento chegou à cristandade moderna, que todavia perdeu a sua chave.

A cruz cristã provém do Egito e da Índia; a tríplice mitra deriva do culto de Mitra; o cajado provém dos mistérios herméticos egípcios e eleusianos gregos; a imaculada concepção, da Índia; a transfiguração , da Pérsia; e a trindade dos brahmanes. A Virgem Maria, como a mãe de Deus, está presente em cerca de doze doutrinas diferentes. Mais de vinte salvadores do mundo foram crucificados. O campanário da Igreja descende das pirâmides e dos obeliscos egípcios, e o próprio diabo dos cristãos lembra-nos o Tifón dos egípcios, com algumas alterações.

Manly P. Hall, que dedicou toda a sua vida ao estudo de Filosofia e das Religiões Comparadas, chegou a afirmar: "Quanto mais nos aprofundamos nos ensinamentos secretos de todas as épocas, percebemos que, realmente , não há nada novo abaixo do Sol."

Esta chave secreta, que permite decifrar os mistérios dos símbolos antigos e as relações entre o macro e o microcosmos é o cerne dos ensinamentos esotéricos, sendo o Rosacrucianismo o herdeiro desta tradição milenar no Mundo Ocidental.

 

II.O Raio Cósmico de Cristo

Segundo a Ciência Oculta, toda Escritura Sagrada está selada com sete selos ; ou seja, seu pleno significado requer sete interpretações completas.

É importante compreender que uma Escritura não é necessariamente redutível à História. Seu significado literal é apenas a ponta do iceberg. Se nos detivermos neste aspecto avançaremos muito pouco na compreensão das Escrituras. Um notável exemplo de "Escritura Leiga" são os dramas atribuídos à Shakespeare, onde o autor reúne caracteres de indivíduos de diferentes séculos. O mesmo ocorre com aBíblia e as Escrituras Sagradas de todos os povos. Para o pensador profundo a História é o que menos importa na interpretação de uma Escritura.

Sob o ponto de vista astronômico, Cristo representa o Sol, e seus discípulos os doze signos do zodíaco. As cenas de seu ministério são descritas entre as constelações. O relato de seu nascimento, crescimento, plenitude e morte pelos homens se reporta a precessão dos equinócios.

Sob o ponto de vista alquímico, a tempestade no mar e a fúria dos elementos, nos revelam a vida do Mestre sob um novo ângulo.

A descrição da vida de Cristo, segundo os Evangelhos, coincide com as vidas de cerca de doze salvadores da Humanidade, porque eles também personificam mitos astronômicos e fisiológicos.

A emergência de tais mitos se perde na noite dos tempos, procede da mais remota antiguidade, quando os nossos ancestrais utilizavam o corpo humano como a unidade simbólica, e os deuses e demônios eram personificados nos órgãos e funções corporais. Alguns escritores cabalistas representavam a Terra Santa delineada sobre a base do corpo humano, e exibindo as diversas cidades como centros de consciência do homem.

Tal relação entre o Cosmos e o corpo humano constitui o fundamento dos Antigos Mistérios, preservados ao longo dos tempos pela tradição Rosacruz.

A Ordem Rosacruz é tão antiga quanto o homem em sua aquisição de inteligência, em sua manifestação como ser pensante. Ordem Rosacruz deriva das Escolas de Mistérios da Antiga Lemúria, uma Idade de Ouro, quando os "deuses caminhavam sobre a Terra". Neste período os precursores da Humanidade, que haviam desenvolvido o elo mental, foram iniciados pelos Senhores de Mercúrio, tornando-se os Irmãos Maiores da Humanidade e substituiram tal Hierarquia na condução dos Mistérios Menores nos períodos posteriores.

Desde que recebemos o elo mental manifestou-se a Filosofia da profunda Ordem Rosacruz para que os que se capacitavam a penetrar nos Templos. É fácil compreender-se que sendo tão poucos os que podiam receber tão altos conhecimentos estes se mantivessem reservados para poderem ser lançados mais tarde, de acordo com os processos evolutivos da Humanidade.

De longínquos tempos galgamos degraus, desde o aperfeiçoamento da cadeia de veículos, e os que guardam o conhecimento da evolução humana, do processo que se modifica dia-a-dia, vieram dar à Humanidade os passos de conhecimentos mais altos e amplos para que cada um pudesse reger sua própria vida. Se bem analisarmos veremos que a onda de vida humana que atualmente evolui na face da Terra ainda divisa os primórdios da regência de sua vida, dando os primeiros passos para chegar a tal conquista.

A Ordem Rosacruz, guardiã dos desígnios dos destinos humanos e do mundo, conhecedora dos passos que seguimos tem trabalhado ao longo de várias Eras pela expansão de consciência e desenvolvimento anímico da Humanidade.

No passado, a Ordem preparou o trabalho que se desenvolveria nas eras vindouras treinando aqueles que haviam compreendido que a Terra é um grande laboratório de desenvolvimento anímico e não um fim em si mesmo. Tais seres prepararam o advento do Cristo Cósmico.

A Eterna e Invisível Ordem Rosacruz é uma estrutura espiritual, e seu campo de possibilidades transcende a compreensão a compreensão do homem comum. Todavia ao se manifestar no plano físico sua esfera de atuação é demarcada segundo determinados objetivos. A missão da Ordem não é perpetuar as formas de suas manifestações temporais, mas conduzir à Catedral da Alma ou Santuário Interno, que transcende as suas manifestações temporais.

Coube a Ordem Rosacruz a preparação do advento do Cristo Cósmico. No Egito surgiu Akhenaton, o Arauto do Cristo Cósmico, que veio restaurar a cadeia de transmissão dos Ensinamentos Secretos de Todas as Eras.

Entre os Essênios o Mestre Jesus preparou os veículos que serviriam ao Cristo Cósmico, a Encarnação do Verbo, o Supremo Mestre dos Mistérios Maiores ou O Grande Libertador.

Cristo salvou o mundo e proporcionou-nos os meios com uma cadeia de doze veículos, desde o corpo humano ao divino para que a Terra pudesse resistir ao impulsos do materialismo. Nosso mundo foi penetrado por Cristo Jesus. O Raio Cósmico de Cristo penetrou a consciência do homem-santo Jesus. Assim o divino amalgamou o puro e formou uma alquimia pela qual o mundo entrou no equilíbrio necessário.

Durante o ministério de Cristo, Hiram Abiff, Iniciado dos Mistérios Ant igos, reaparece como um dos caracteres bíblicos, recebendo a Suprema Iniciação Cósmica atingindo a consciência crística e tornando-se C.R.C. Tal iniciação está alegoricamenterepresentada pela Ressurreição de Lázaro.

Posteriormente reaparece no Século XIV inaugurando um novo ciclo na História Oculta da Humanidade. Nesta época reúne doze Adeptos de nossa própria onda de vida, capazes de substituírem outras Hierarquias no trabalho das Escolas de Mistérios inaugurado pelos Senhores de Mercúrio. Por isso é considerado o Fundador da Ordem Rosacruz , embora o seu protótipo já existisse desde os tempos pré-cristãos.

Sua manifestação como C.R.C. é narrada na alegórica história do Pai C.R.C., descrita na Fama Fraternitatis, o primeiro manifesto Rosacruz, atribuído a Johan Valentin Andréas e publicado em Kassel, Alemanha , em 1614.

Convém mais uma vez sinalizar que tal obra assim como os dramas atribuídos a William Shakespeare e as Escrituras Sagradas não pertencem propriamente ao registro da História, mas sim ao registro da Escritura. Isto não significa que os personagens descritos nas Escrituras ou que o Fundador de Nossa Venerável Ordem não tenham existido ou se manifestado em forma física.

 

III.O Nome da Rosacruz

O nome Rosacruz tem sido também objeto de controvérsias.

Alguns advogam que a palavra Rosacruz provém do símbolo da rosa e da cruz enquanto outros sustentam que tal simbolismo seria apenas um símbolo velado para um significado mais profundo da Ordem. (a imagem à direita é o Símbolo da Alquimia, matéria Rosacruz que será aqui focalizada, mais adiante).

Godfrey Higgins acreditava que a palavra Rosacruz não derivava da flor, mas sim da palavra Ros, que significa orvalho. Também é interessante notar que a palavra Ras significa sabedoria , enquanto a palavra Rus é traduzida como dissimulação. Não há dúvida que todos estes significados contribuíram para o simbolismo Rosacruz. A.E. Waite concorda com Goddfrey Higgins que o processo de formação da Pedra Filosofal com a ajuda do orvalho está relacionado ao significado da palavra Rosacruz. Manly P. Hall acrescenta que “é possível que o orvalho se refira a uma misteriosa substancia dentro do cérebro humano, intimamente relacionada com a descrição dada pelos alquimistas do orvalho que, caindo do céu, redimia a terra. A cruz é o símbolo do corpo humano, e os dois símbolos juntos – a rosa e a cruz – significam que a alma do homem é crucificada sobre o corpo, onde é presa por três pregos.” Isso tem significado alquímico secreto, pois a Ordem Rosacruz tem função alquímica de fundamental importância para a evolução dos seres pensamentes animados, individualmente e nesse processo como um todo. Falemos, portanto, algo sobre a Alquimia, essa anqtiquissima ciência mística.

O significado etimológico do termo árabe al-kimiya, provém do egípcio kême, que significa terra negra, e muitos historiadores tentaram descobrir neste termo o significado da tão procurada matéria-prima dos alquimistas. Da mesma forma tentaram encontrar analogias com a derivação da raiz grega chymia, que significa fundir ou derreter. A Alquimia também foi considerada como una espécie de proto-ciência anterior à Química e à Física.

A Alquimia transcende o somatório de todas as interpretações que sobre ela se dão. Seu esplendor remonta a época Atlante , passando dali antes do dilúvio mitológico, a formar parte do conhecimento secreto de monges, eruditos e escribas de diversas partes do planeta. As primeiras referencias escritas devidamente documentadas nos conduzem a China. Segundo Mircea Eliade, “a Alquimia chinesa originalmente foi de caráter más espiritual que operativo. Os místicos chineses a través de sua prática, buscavam alcançar a iluminação e a imortalidade. Neste período o ouro não tinha realmente um valor econômico, na China e a alquimia estava voltada à sacralidade”.

Do Egito procede a Doutrina Hermética sintetizada na Tábua de Esmeralda, cujas linhas se converteram em axioma e fundamento de toda a herança esotérica do Oriente e do Ocidente .

É verdade, sem mentira, certo e muito verdadeiro.

O que está abaixo é como o que está acima, e o que está acima, é como o que está abaixo, para realizar o milagre de uma só coisa.

E como todas as coisas vieram e vem do Uno, por mediação do Uno, assim todas as coisas nasceram desta coisa única por adaptação...

Este texto e outros tratados que circularam sob o título de "Corpus Hermeticum" corporificaram entre os séculos II a.C. e IV d.C., uma série de idéias e ensinamentos com um princípio comum, que identificava o Bem com o Conhecimento, convertendo em matéria religiosa a busca do supremo e verdadeiro Saber que desvela os segredos do Universo.

O "Mutus Liber", célebre texto medieval, proclama o modus operandi do alquimista : "ora, lê, relê, trabalha e encontrarás".

O monge beneditino Basilio Valentín, nos diz em seu tratado "As Doze Chaves da Filosofia" que "...a pedra dos antigos, proveniente do céu, para a saúde e consolo dos homens neste vale de lágrimas, é como o tesouro terrestre mais precioso e , a meu parecer, também o mais legítimo.".

 

A Fenix e a Pedra Filosofal, JAKnapp

O primeiro trabalho do alquimista rosacruciano consiste em encontrar a Matéria Prima, formada de uma ou mais matérias, as quais como todo ser vivo, estão compostas por três princípios denominados simbolicamente Enxofre, Mercúrio e Sal. O trabalho físico do alquimista se fundamenta no Solve et Coagula, ou seja, Separe e Una, porque através da Grande Obra, o hábil operador separa suas matérias em seus princípios essenciais para purificá-las e uní-las novamente dentro de seu ovo filosófico (vasos químicos) em um ciclo de continua purificação e aperfeiçoamento com a ajuda de seu Atanor (Forno Alquímico). Através deste processo de aperfeiçoamento passa por diferentes fases identificadas simbolicamente com os seguintes nomes : Trabalhos de Hércules, Mercúrio, Saturno, Júpiter, Lua, Vênus, Marte e Sol . Durante esta grande cocção e a medida que a matéria se transforma e purifica, se cumprem duas etapas particularmente importantes, aquela do Diamante (Pedra Branca) e finalmente a do Rubi (Pedra Roja) da qual sairá a Pedra Filosofal.

 

Alquimista Rosacruz, por JAKnnap

O alquimista rosacruciano é um hábil assistente da natureza pela Graça de Deus. Seu Laboratório, o lugar onde labora e ora, é um lugar de suma importância e de caráter eminentemente místico. Através dos processos de dissolução, putrefação, destilação, sublimação, conjunção , fixação e lapidificação, reproduzem os ciclos e procedimentos da Natureza.

O Laboratório tem três dimensões: O Universo, propriamente dito, o seu Corpo e o seu Sanctum, onde se recolhe e realiza seus experimentos expandindo a sua consciência.

A Pedra Filosofal é elaborada no corpo físico do homem, o laboratório do Espírito que contém todos os elementos necessários para produzir este elixir da vida. É o próprio alquimista que se torna a Pedra Filosofal. O sal, o enxofre e o mercúrio, emblematicamente contidos nos três segmentos da coluna vertebral que controla os nervos simpáticos, motor e sensorial, são governados pelo Fogo Espiritual Espinhal de Netuno, constituindo os elementos essenciais no processo alquímico.

 

Seguindo a antigas fórmulas herméticas os alquimistas da Idade Média buscavam atingir as três metas desta magna ciência que eram: o elixir da vida, a pedra filosofal e a transmutação dos metais. O elixir da vida era uma misteriosa essência capaz de curar todas as enfermidades e conferir a imortalidade. A pedra filosofal era o misterioso rubi-diamante ou o sangue-diamante, a pedra do homem sábio, que conferiria conhecimento e regência sobre todas as forças da natureza. A transmutação dos metais era o segredo da regeneração , a transmutação de todos os valores corruptos da vida.

É claro, que a alquimia era uma química divina, o segredo do aperfeiçoamento da vida através das disciplinas de sabedoria.

A pedra filosofal simboliza a vida interna purificada do indivíduo, sua própria alma diamantina. Aquele que aperfeiçoa sua própria alma adquire a Pedra Filosofal. A luminosa aura anímica do ser humano iluminado é o diamante simbólico. Aquele que o adquire alcança a sabedoria divina.

O laboratório é a vida , a retorta alquímica é o corpo do próprio alquimista, e o misterioso processo que acontece neste forno representa a transmutação dos elementos básicos da vida, mediante a vivencia da divina arte.

O forno dos alquimistas era o corpo humano. O fogo que ardia nele, estava na base da espinha dorsal, pela qual ascendiam os "vapores" para reunir-se lo go e serem destilados no cérebro. Este foi um sistema secreto levado a Europa do longínquo Oriente, onde se cultivou durante séculos a mais elevada forma de religião.

Manly P. Hall chama estas verdades ocultas de princípios da espiritualidade operativa para distinguí-las da moderna religião que está formada inteiramente de teorias especulativas.

Reportando-se a suas próprias palavras, “As pessoas não imaginam que a religião é fisiológica, nem acreditam que sua salvação depende inteiramente do uso científico dos elementos e forças internas de seus próprios corpos ; porém a despeito de tudo isso, pode ser dito o contrário; tal é o caso.”

“Segundo os Evangelhos, Pilatos colocou um letreiro na cruz de Cristo com as palavras: "Iesus Nazarenus Rex Judaeorum" e isto é traduzido normalmente como "Jesus de Nazaré, o Rei dos Judeus". Mas, a iniciais INRI colocadas sobre a cruz representam os nomes em hebraico de quatro elementos: Iam, água; Nour, fogo; Ruach, espírito ou ar vital; e Labe Shah, terra. Esta é a chave oculta do mistério da crucificação, pois ela simboliza, em primeiro lugar, o sal, enxofre, mercúrio e azoto, que foram utilizados pelos antigos alquimistas para fazer a Pedra Filosofal, o solvente universal, o elixir vitae. Os dois "is" (Iam e labeshah), representam a água salina lunar: a - em um estado fluídico que contém sal em solução; b - o extrato coagulado desta água: o "sal da terra"; em outras palavras, os sutis veículos fluídicos do homem e seu corpo denso. N (nour) representa o fogo em hebraico, e os elementos combustíveis, entre os principais o enxofre e o fósforo, são muito necessários à oxidação, sem os quais o sangue quente seria impossível. O Ego, sem esta condição de calor no sangue não poderia funcionar no corpo, nem conseguiria uma forma de expressão material. R (Ruach) é o equivalente a espírito em hebraico, isto é, o Azoth dos alquimistas, que funciona na mente mercurial. Assim, as quatro letras INRI, colocadas sobre a cruz de Cristo, de acordo com o relato dos

Os Evangelhos representam o homem composto, ó Pensador, no momento de seu desenvolvimento espiritual, quando começa a se libertar da cruz de seu veículo denso. Ampliando mais a elucidação deste ponto, notamos que INRI é o símbolo do candidato crucificado pelas razões seguintes: Iam, a palavra hebraica para água, o fluido ou elemento lunar, que constitua a maior parte do corpo humano (cerca de 87% ). Esta palavra é também o símbolo dos mais sutis veículos fluídicos do desejo e da emoção. Nour, a palavra hebraica para fogo, é a representação simbólica do calor produtor do sangue vermelho, que está carregado de ferro, fogo e energia do marcial Marte, e esse sangue é visto pelo ocultista como um gás circulando pelas veias e artérias do corpo humano infundindo-lhe energia e ambição, sem as quais não haveria progresso espiritual nem material. Também representa o enxofre e fósforo necessários para a manifestação material do pensamento, como já foi anteriormente mencionado. Ruach, a palavra hebraica para indicar o es pírito ou ar vital, é um símbolo excelente do Ego envolvido pela :ente mercurial, que torna o ser humano homem, capacitando-o a controlar e dirigir seus veículos corporais e suas atividades de uma forma racional. Iabeshah, a palavra hebraica para terra, representando a parte sólida, a carne do homem, e forma o corpo terrestre cruciforme, cristalizado dentro dos veículos mais sutis ao nascer e separado deles ao morrer no curso normal das coisas, ou em um acontecimento extraordinário pelo qual aprendemos a morrer misticamente e ascender às gloriosas esferas superiores por uns tempos. Este estágio do desenvolvimento espiritual do Cristão Místico requer uma reversão da força criadora de seu curso normal, donde normalmente desperdiça energia para satisfazer suas paixões, uma corrente dirigida para baixo através do tríplice cordão espinhal, cujos três segmentos são regidos, respectivamente, pela Lua, Marte e Mercúrio, e donde os raios de Netuno acendem o Fogo Regenerador Espiritual da Espinha Dorsal. Esta consciente elevação coloca em vibração o corpo pituitário e a glândula pineal, abrindo a visão espiritual. Isto golpeia o sinus frontal, o que dá início aos efeitos da coroa de espinhos; o latejar da dor à medida que a ligação com o corpo físico é consumida pelo sagrado Fogo Espiritual, que desperta este centro de sua milenar letargia, começando a vibrar em direção a outros centros na estrela estigmatizada de cinco pontas. Elas também são vitalizadas e todos os veículos iluminam-se com o "Dourado Manto Nupcial". Então, num arranco final, o grande vórtice do corpo de desejos localizado no fígado fica livre, e a energia marciana contida nesse veículo impulsiona para cima o veículo sideral (assim chamado devido aos estigmas da cabeça, mãos e pés que estão situados na mesma posição dos da estrela de cinco pontas), o qual ascende através da caveira (Gólgota) enquanto o Cristão crucificado lança o grito triunfante: "Consummatum est" (está consumado), e começa a elevar-se às sublimes esferas siderais ao encontro de Jesus, cuja vida ele imitou com pleno êxito e de quem, desde então, é companheiro inseparável. Jesus é seu Mestre e seu guia para o Reino de Cristo, onde todos estaremos unidos para aprender e praticar a Religião do Pai, onde a Unidade fundamental de cada um com todos será vivenciada e reconhecida.” -Max Heindel ( in Iniciação Antiga e Moderna)

O Caminho Rosacruz é um caminho de Alquimia Espiritual, onde se transmuta a natureza inferior em superior, onde se tece a alma. O conhecimento que é compartilhado pela Escola Rosacruz não é um fim em si mesmo, mas um meio do discípulo qualificar-se a servir amorosa e desinteressadamente à Obra da Criação.

 

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