Francisco Phelipp Preuss

Fundador da Fraternidade Rosacruz do Brasil em 1930 e da Fraternidade Rosacruz Sede Central do Brasil em 1955

 


FRANCISCO PHELIPP PREUSS

Irmão Probacionista da Rosicrucian Fellowship

 

Interpretação esotérica do significado das

Sete Cartas dirigidas às Sete

IGREJAS DO APOCALIPSE

por João de Patmos


Primeira Edição

Rio de Janeiro - Est. da Guanabara.

1963

FRANCISCO PHELIPP PREUSS

Irmão Probacionista da Rosicrucian Fellowship

 


Edição Online

2009

Em comemoração ao I Centenário da Rosicrucian Fellowship (1909-2009)


 

Capa da edição original, 1963.

Contra capa, com dedicatória ao irmão Armando Tempera, da Fraternidade Rosacruz - Centro de Santo André


As interpretações dadas à luz neste livro, são formuladas de acordo com os conhecimentos do autor sobre as Verdades

ensinadas pelo Rosacrucianismo e divulgadas pelo Místico   Max Heindel, Irmão Leigo da Ordem Rosa + Cruz



 
PRÓLOGO


    
Ao falar sobre o APOCALIPSE, deseja o autor destas linhas exclarecer aos leitores que, se reúnem neste último livro do Novo Testamento, todos os conhecimentos iniciáticos até hoje conhecidos e que, literalmente, podem ser entregues ao público. A Justiça divina colocou este incomparável LIVRO dos sagrados conhecimentos, no fim dos quatro Evangelhos, antepondo ainda a estes o Velho Testamento com os seus incomparáveis ensinamentos das Leis da antigüidade.

    A mais elevada Luz Espiritual foi posta por João de Pát-mos sobre o pergaminho, quando recebeu do Mensageiro de Deus, o Arcanjo Miguel, os ditames sobre o Apocalipse.

    Para aqueles que procurarem conhecer este livro tão sómente através da inteligência, jamais o conseguirão, pois, ser-lhes-á fechado com sete selos. Neste sentido, pode-se dizer que o Arcanjo, com seu Senhor, o Cristo, não desejavam intencionalmente utilizar-se apenas da inteligência. Queriam muito mais. Desejavam dos leitores dos versículos que soubessem interpretar no Céu a crônica da Terra. Por isso que, foi escrito tão só para aqueles cuja inteligência já se tenha libertado do ilogismo e do dogmatismo. Em verdade, o Apocalipse, em sua estrutura figurada, mostra, incontestavelmen-te, o ilogismo a todos aqueles que procuram conhecê-lo tão sómente pelo intelecto. Entretanto isto não acontece com o estudante  que tenha conhecimentos espirituais, cuja lógica mental não o desvia da sabedoria, pois, obterá esclarecimentos acima da inteligência comum que o ligam às Verdades Superiores contidas nas letras que não foram escritas. Um Escriba ou um Fariseu, jamais poderá penetrar na compreensão da Escritura, pois, sabe ler somente a letra. O Espiritualista sabe que os enigmas ilógicos são fontes de grande sabedoria, chaves para a lógica transcendental. É de se admirar que este monumental livro não tenha sido destruído pelos Escribas e Fariseus, que se entitulavam doutores das Escrituras. Não foi queimado tão importante livro, porque sabiam ser o autor do Apocalipse o mesmo que se recostava no peito do Senhor, e ainda mais, o escritor do Evangelho, João.

    Disse Luthero, o grande reformador da Igreja Católica, eminente personalidade da teologia no seio do catolicismo, quando traduzira os sagrados livros e chegando ao Apocalipse : «SERIA MELHOR NÃO MENCIONAR ÉSTE LIVRO POR FALTAR-LHE TODA A LÓGICA». Luthero falou a verdade, visto tratar-se de um teólogo e se perguntássemos a qualquer componente de uma escola teológica, receberíamos a mesma resposta.

    O místico e o ocultista dispensam a este livro a máxima reverência. Estes, como sabem perfeitamente tratar-se de um livro iniciático-místico-espiritual, desejam antes de tudo perceber a aparente irrealidade, isto é, a parte mística de sua forma enigmática, para depois, pela inteligência, transformá-la em lógica. Para o Ego as verdades são perfeitas e claras, o que, entretanto, não acontece com o intelecto. O que para o intelecto não é lógico e cabível nos planos espirituais, devido á sua falta de comunicabilidade com os superplanos, isso mesmo é para o Ego compreensão e facilidade. O Ego trata da luz espiritual e o intelecto somente da luz refletora, a inteligência humana não divina.

    Assim pode-se dizer que o Apocalipse não foi escrito para aqueles que se limitam a julgá-lo tão somente pelo intelecto. Para  esse fim, é necessário uma inteligência lúcida, facilmente desdobrável, não acorrentada aos limites de qualquer direção, como o faz a lógica intelectual. O Ego está sempre desejoso de se expandir em todas as direções de seu hemisfério, que se constitui na soma da Universalidade -- DEUS.

    Deve-se dizer, ainda, sobre este livro que além de revelar-nos o passado, mostra-nos, também, cronologicamente, os acontecimentos passados, presentes e futuros. O grande ensinamento em torno das revelações do Apocalipse é este: «livrar a humanidade, dos pensamentos caóticos em favor dos de caridade; pôr um freio à dasagregação moral, em prol da libertação benfeitora dos homens de sentimentos religiosos e nobres.» Os Céus aguardam a firmesa dos Espiritualistas porque o diabo foi solto. Isto podemos ver todos os dias. Os tempos mudaram rapidamente para a decadência nestes últimos cem anos, formando uma Babilônia bem pior do que a antiga. Esperam as Hierarquias o esclarecimento de uma inteligência espiritualizada da humanidade desta época; este é o objetivo do Apocalipse em seus enigmas para que sejam inteligentemente decifrados, compreendidos e aplicados devidamente.

    A esta altura, deve-se dizer que, afinal, não foi outro o objetivo dos Irmãos Maiores, senão, pôr em atividade os Mestres do Esoterismo que conhecemos pelos nomes de: Blavatsky, Besant, Leedoeter, Hartmann, Rudolf Steiner, e finalmente, Max Heindel, a se obrigarem a transmitir aos seus discípulos os ensinamentos recebidos dos Irmãos Maiores do Além e daqui. Não teriam tais Mestres do Esoterismo valor algum, se os Hierarcas Universais não vissem neles elementos favoráveis para manter vivas as partes superiores nas inferiores da alma humana. Todos fizeram jus a grande mérito, pois, deixaram alunos e escolas superiores à posteridade em forma espiritual e material.

    Em seguida, o autor destas páginas, desenvolve seus conhecimentos obtidos pelos Mestres já mencionados, após haver meditado sobre os mesmos, incluindo seus próprios conhecimentos para  poder, assim, cooperar com o leitor em seus estudos esotéricos, O autor parte do princípio de que a VERDADE deve ser transmitida, custe o que custar. Os mestres não desejam que se faça segredo de seus conhecimentos. Todos os homens têm o direito de receber o Maná dos Céus. Mesmo assim, não se atem à vanglória de ensinar a última palavra neste assunto, pois, outros poderão atingir maiores Alturas. Afirma porém, que empregou o melhor de sua sinceridade nos seus estudos e meditações, e se sentirá bem recompensado se assim o for entendido.


EXPLICAÇÃO NECESSÁRIA

 
 
    
Tendo apreciado o que se lê no prefácio, seguimos no estudo dos versículos 12 e 13 do primeiro capítulo do Apocalipse que assim diz:

«Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro, e no meio dos candeeiros, um semelhante ao filho de homem, com vestes talares, e cingido à altura do peito com uma cinta de ouro ». 

    Vejamos o que o Apocalipse explica nestas duas frases: Explica a involução humana desde o princípio de sua manifestação, quando tudo era matéria-espiritual; quando Deus manifestou-se como o VERBO nas diversas densidades evolucionantes, aperfeiçoando a alma humana ao máximo de sua qualidade, para depois, uma vez alcançado tal grau de perfeição, adquerir pela fôrça de seu espírito, que dissolve todas as inferioridades, o ingresso no Corpo de Deus com seu próprio corpo divino, que é o seu Ego.

    Analisando o versículo 12 que diz: « Voltei-me para ver quem falava comigo », verificamos em que estado de consciência se achava o Apocalíptico. Ele diz que desejava ver a voz que falava. Não se diz que se quer ver a voz; pode-se ouvir uma voz, Nesse ponto está caracterizada a faculdade que João possuía. Claro é que a voz partia de uma entidade espiritual para a parte espiritual daquele que a ouvia. Nos planos superiores, vê-se a voz ao mesmo tempo que se ouve, pois, ali não existem olhos e nem ouvidos terrenos, tratando-se tão somente de ouvidos e de olhos espirituais. Eis a razão porque João diz que «voltou-se para  ver a voz«. Ver e ouvir os planos da Cor e da Harmonia Celestiais que se constituem nas regiões superiores do Mundo do Desejo e da mente.

    Segue a frase: « e, voltado, vi sete candeeiros de ouro ». Vejamos o que se pode dizer sobre esta frase. Não se deve dizer: « voltado » e sim « inspirado pelas circunstâncias profundas num ambiente espiritual, vi sete Candeeiros ». Porque devíamos dizer assim? Porque a alma e o Espírito não necessitam de se voltar para ver. O Espírito não tem olhos físicos. A direção das dimenções tem aspecto diferente. O que está aqui, pode estar lá como em cima ou em baixo, dependendo apenas experimentarmos com inteligência o que se quer pesquizar. Claro é que o Apocalíptico usa uma linguagem que só pode ser compreendida pelo pesquizador que possua meios para se infiltrar em sua mente, embora seja uma linguagem enigmática. Este fato explica o versículo 3, que diz assim;

«Bem-aventurados aqueles que lêm e aquêles que ouvem as palavras da profecia e guardam as cousas nelas escritas, pois o tempo está próximo»-

    Expliquemos: nem todos sabem ler o sentido educacional dos mistérios do Apocalipse, razão porque fala com realce: «Bem-aventurados aqueles que lêm, possuidores que são da sabedoria para lerem aquilo que se esconde atrás da palavra». Devem-se, também, guardar as cousas que se ouvem para vivermos nos mistérios do VERBO, pois, o tempo está próximo. Qual é o tempo próximo para o Iluminado? O passado revelou-se a ele no presente, como também o futuro. Para o inteligente que saiba ler ou ouvir as palavras que guarda, os tempos estão presentes, porém, «presentes» não no sentido literal da palavra e sim que o futuro já lhe foi revelado no presente. Vira o Apocalíptico aquilo que é do futuro e, assim, todos nós recebemos o conhecimento sobre o futuro, no presente. 

Ao Esoterista foi reservado o conhecimento daquilo que é do futuro. Bem-aventurado ele é, portanto, pela razão de se aventurar ao estudo para que a alma ouça e sinta a luz que atravessa a palavra. O Verbo de Deus manifestou-se a João, e João a nós.

    A seguir, procuremos dar explicações sobre os sete Candeeiros de ouro. « Ouro » sempre significa a máxima pureza e, em nosso caso, a espiritualidade. Encontramos 7 Espíritos. 7 Candeeiros que guiam a humanidade através de 7 Períodos, ou Dias de Manifestação, cada um com 7 Revoluções e cada Revolução com 7 Épocas do nosso Globo Terrestre. Sete Espíritos Arcangélicos dirigem a humanidade desde o princípio até o fim pelos ions dos tempos, alcançando, assim, a sua perfeição. João vê, nessa visão, o Filho do homem, o HOMEM PERFEITO em forma de Arquétipo.

    O versículo 13 afirma do seguinte modo o que foi exposto acima:

« E no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com vestes talares, e cingido à altura do peito com uma cinta de ouro ».

    Lembremo-nos da palavra de Cristo: «A Terra e o Céu passarão, porém minhas palavras ficarão». Desta maneira, o Arquétipo foi formado antes que a Terra surgisse juntamente com o homem. Passará em seu curso evoluinte pela mística contagem rosacruz dos 7x7x7. O Arquétipo do Homem da Terra ou Filho do Homem Perfeito, é o homem primitivo, o Espírito do Homem, ADÃO. Terá que passar por Períodos, Revoluções e Épocas alcançando, assim, a perfeição individual para novamente ingressar como Filho do Homem no Espírito Universal. 

    Três importantes acontecimentos aguardam ao peregrino em sua caminhada evolucionante, a saber:

      Aprofundando-nos em nossa contemplação sobre esta espiritualidade, perguntamos: qual é o caminho que nos conduzirá a esse ponto? Respondemos: O Apocalipse mostra-nos um Ritual fundado em tempos remotos que nunca foi esquecido pelas religiões avançadas e que jamais o será, em virtude de seu valor divino, pois, está no próprio Corpo de Deus. E como se manifesta Deus no Seu  Ritual entregue à humanidade? Vejamos o que  foi ordenado   a    MOISÉS:   Colocar 7 Candeeiros de Ouro na Casa de Deus, no Tabernáculo. O caminho da oração passava pelo Candelabro de 7 braços para o encontro, mais tarde, com o SHEKINAH, a LUZ  ETERNA em cor vermelha, ou seja, a Luz Criadora, do Espírito Santo, a parte feminina   da   onipotência, tal como denominação dos Cabalista. A oração fervorosa ante o Candelabro, resultava no transporte do seu íntimo às Alturas. Lembremo-nos dos tempos de Moisés, quando o corpo etérico não estava ainda tão firmemente ligado ao corpo denso, como em nossos dias. Existia ainda uma ligação com os planos superiores, porque a parte etérica se achava ainda em atividade com os mesmos. O desligamento do corpo etérico durante a oração, processava-se com mais facilidade do que hoje e o Ritual procurava infundir a sua ação espiritual naquele que se achava em oração, porque o laço existente entre o corpo etérico e o denso, diminue durante a oração.

      Os Rosacruzes têm em seu Emblema, 7 Rosas fulgurantes representando os 7 Candeeiros de Ouro do Apocalipse. A Estrela de Ouro com cinco pontas fala da Pureza, A cor de ouro simboliza a espiritualidade, qualidade futura do corpo perfeito. Coincide isto com o fato de que os antigos Rosacruzes eram chamados «CAVALHEIROS DE OURO», ou como Cristian Rosenkreutz os denominava: «CAVALHEIROS DA PEDRA DE OURO». As 7 Rosas ligam-se a uma coroa em cujo centro, pela peregrinação, se desenvolve o homem invisível, o «FILHO DO HOMEM», o «Lápis Filosoforum» dos Alquimistas. Assim, pode-se dizer que, mais tarde, pelos próprios sacrifícios em seu corpo, os Candeeiros lentamente concentrarão as suas faculdades dominantes no Espírito e apagar-se-ão no exterior para se iluminar no interior, invisivelmente. Os 7 Candeeiros no aliar do corpo serão sublimados a favor do nascimento da Rosa Branca, invisível na Cruz do Corpo.

    A seguir transcreveremos novamente o versículo 13 para entrarmos em maiores detalhes sobre o mesmo:

«E no meio dos candeeiros, um semelhante a filho do homem, com vestes talares, e cingido à altura do peito com uma cinta de ouro».

    Devemos dar maior expressão a respeito dos Candeeiros. Sem Altar, não existe o Candeeiro, nem Sacerdote e nem Ritual. Os Rosacruzes têm no seu Templo um Altar com as 7 Rosas, e o seu Ritual com o celebrante, achando-se este, pela recitação do Ritual, à disposição de Deus para transmitir as Forças Divinas àqueles que se encontram no Templo. Claramente ensina o versículo para que se una aos 7 Candeeiros ou às 7 Rosas, alguém semelhante ao FILHO DE HOMEM trajado com vestes talares. Sabemos que só um Sacerdote pode usar vestes talares. O Talar em perfeita brancura e na altura do Peito cingido com uma cinta cor de ouro, obtém-se pelas purificações constantes no curso de reincarnação em reincarnação. A cinta com a cor do SOL, demonstra a Força Universal Solar em transmissão à Terra, captada na hora do  Ritual pelo Sacerdote e entregue à multidão. Devemos lembrar-nos de que o TEMPLO ETÉRICO INVISÍVEL alimenta-se constantemente das forças cósmicas de onde, por sua vez, são transmitidas para o mundo visível àqueles que se acham congregados a esse Templo. Assim sendo, não existe duvida sobre o ponto em que deve haver Sacerdotes, Afirmamos isto baseados no versículo 6, que diz o seguinte:

«E nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém».

    Cristo manda dizer a João por seu Mensageiro Solar Miguel, que escreva essas ordens. Não temos mais dúvidas de que devemos ter Sacerdotes a quem precisamos respeitar. Viu João o Sumo-Pontífíce com uma peculiaridade imprecionante. Ela o descreve no versículo 14, assim:

«A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos como chama de fogo».

«Os pés semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz como voz de muitas águas»

    O versículo 16 fala ainda sobre o Sumo-Pontífice com tremenda magestade:

«Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saia-lhe uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força».

      Passo a passo, inteirando-nos da significação dos versículos, encontramos as seguintes explicações: «Temos os cabelos como o branco da neve», um ancião de  quem não se sabe a idade; «os pés semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha» sem cinzas, pois, passara pelos séculos dos séculos, de Globo em Globo, chegando à Terra e tornando-se Deus-Homem. «Tem a voz de muitas éguas» -- a sonoridade das Harmonias das Esferas,

    O Apocalíptico achava-se á frente do Sumo-Pontífice, o Cristo-Solar. Este tem como sinal de S e u Reino, a coroa dos mundos - o SOL. Em Sua magestade, dirige a evolução e tem por símbolo de Sua dinastia, domínio e justiça - as 7 estrelas em Sua mão direita. Cristo domina desde o Período de Saturno até o de Vulcano, desde o começo até o fim. Dirige os 7 Períodos onde Ele se acha como dador da Luz e da Vida. Sumo-Pontífice Ele é pois, e tem em Si a voz de muitas águas - a Harmonia das Esferas - com dupla ação: a Harmonia que edifica, e destroi a desarmonia. Da boca, saia-lhe uma afiada espada de dois gumes, isto é, o Verbo cheio de entusiasmo e de Força Criadora, constante e dinâmica.

    Os olhos são incomuns, fogosos, vendo tudo, ultrapassando as deficiências das criaturas; olhos que não perdoam a malignidade mental, a hipocrisia e a mentira, por serem opostas à Verdade. Olhos que fulminam o mal, mesmo tendo por Lei a tolerância. São olhos dos quais ninguém pode se ocultar. O FILHO mostra na espada flamejante de Sua boca o Poder Criador e a vontade pelos olhos cheios de LUZ. Este é o protótipo de Sacerdote que João viu, o Sumo-Sacerdote que constitui Sacerdote na Terra. Onde estão estes Sacerdotes? Poucos se encontram. Os Templos estão cheios de Escribas e Fariseus, de ídolos mortos vivos; bonecos vivos e mortos vestidos com panos de seda de cores múltiplas e de ouro puro. Ó Sumo-Pontífice, porém, está vestido simplesmente com panos brancos e com uma cinta cor de ouro, e nada mais. O resto é vitalidade. Se um verdadeiro Sacerdote se levanta contra os Fariseus cegos, guiando outros cegos, o que fazem  dele?

Enxotam-no do seu lugar, do seu Templo e crucificam-no. Acontece que, embora crucifiquem o Cristo   todos os dias, a espada de dois gumes persiste nos escolhidos do Sumo-Pontífice. Estes continuam a sacrificarem-se, como fizera Cristo pela Humanidade. A sua linguagem é Fogo cheio de Vida e de  Entusiasmo, pois, sem estes atributos  não existe sacrifício, nem instituição sacerdotal. Isto mostra o que João viu, com referência ao Supremo Sacerdote, cujas qualidades devem estar nos que são os responsáveis pelo culto  do   Templo.   Entusiasmo   é   o Verbo pronunciado com poder criador adquerido   dos Planos Superiores   em   transmissão   aos   homens,   purificando-os de seus pecados. O Templo do Senhor   é o Cosmos e cada sacerdote deve ser uma pedra   no Templo Universal de seu Mestre.   Bem fez  Cristo   ao responsabilizar o apóstolo    Pedro,    pela Sua    Igreja Universal. O que foi feito na Igreja Universal, já sabemos. Quem  passar com  Cristo peio fogo   da    fornalha purificadora da evolução, conseguirá   o   sacerdócio   por força do Verbo Divino que fala   em    seu    coração, ou seja, o Templo Invisível de Deus, O rasto   será   posto fora de ascenção, por falta   do    Verbo    Vivificador. A

espada de dois gumes bem afiada vem dar-nos como advertência uma ordem no sentido de que nos inteiremos da espiritualidade, para que possamos dar ao nosso EGO um ambiente Divino. Caso contrário, este sucumbirá, retardando-se a uma época anterior. Hoje seremos ensinados pelo Verbo Divino do Sumo-Pontífioe e pelos Seus Sacerdotes, no sentido de que ambientemo-nos e alimentemos do CORPO DIVINO DE CRISTO. Este é o milagre que se opera em todo aquele que se beneficia da espada e dos olhos flamejantes em si mesmo, pela unificação das forças procedentes de seu corpo.

    O Apocalíptico é muito claro em sua expressão. Ele não nos ensina a nos tornarmos «doutores feitos em seminários e academias», doutores de religião, títulos auferidos pelos homens. Estes já conhecidos antes da era do Senhor, Ele dizia conter ninhos de víboras em seus corações. Destes jamais se necessitam em nossos tempos. Chegou o momento dos espiritualistas. A atividade do Verbo Divino deve ser demonstrada, assim como a sua Justiça e a sua Verdade. O Batismo de fogo do Espírito Santo cheio de entusiasmo da Páscoa, descrito nos Livros Sagrados, a vida íntima de cada cristão esclarecido, deve, como mais tarde poderemos verificar pela descrição das Cartas às 7 Igrejas, acabar com a maldade da indiferença da raça humana. Os espiritualistas sabem e não se cansarão jamais de ensinar que Cristo é um Ser Vivo, pois, aquele ídolo semelhante a um homem crucificado, não existe. Cristo vive e sempre será o soberano, tendo por Trono o Globo Solar. Diz João: «O SEU ROSTO BRILHA COMO O SOL EM SUA PLENITUDE». Estamos convencidos da presença de Cristo junto a João ao pronunciar essa verdade.

      Sabem perfeitamente os espiritualistas que, quando se fala de Jesus, não se refere a Cristo. Jesus é o filho de Maria e de José. Jesus ó a reincarnação do Espírito de Salomão. Aceitamos o ensinamento, segundo o qual o corpo de Jesus, aos 30 anos de idade, se achava a tal altura de desenvolvimento para receber a Iniciação antiga pelas águas do Rio Jordão e logo sentir o Batismo de Fogo do Espírito Santo que nunca mais o abandonou. Desde então, o Guia do Sol e da Terra, CRISTO, passou a viver no corpo de Jesus. Compreendemos que, na morte de Jesus, os sofrimentos deste foram sentidos por Cristo, uma vez que estava intimamente ligado com ele, Cristo não podia morrer, pois, possuía, como possue realmente, o poder da vida; era e é o Espírito da Vida, 6 não da morte. Tem em Si o poder da transformação da morte em vida, como muitas vezes lemos nos Evangelhos. Explica isto o versículo 18:

    Cristo em Jesus teve ou sentiu a morte igual á dos homens da terra. O corpo de Jesus era feito de barro, ao passo que Cristo é do Sol, onde não existe a morte. Assim, pela Sua transferência a uma criatura terrena, transmutou as disposições biológicas, espiritualizando o corpo de Jesus ao ponto de transformá-lo em incorruptível, o que não se verifica geralmente com oj corpos dos homens. ELE mudou completamente as densidades físicas do corpo de Jesus, razão pala qual, como já sabemos, não mais foi achado esse corpo denso, depois da crucificação, Cremos, então, como o versículo 18 diz: «Estive morto, mas eis que estou vivo peles séculos dos séculos, e tenho as chaves da morte e do inferno», que, não podendo Cristo e nem Jesus morrer, logicamente acham-se Eles constantemente em nossas vidas e em atividade vivificante, e ninguém mais pode morrer ou seja aniquilado no inferno. Afirma isto o versículo 17:

«Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém, ele pôs sobre mim a sua mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último».

    Cristo ensina-nos algo imensurável, mostra-nos o Seu Poder infinito. Um círculo sem começo e sem fim, o Alfa e Omega... constante; tudo que era, tudo que é e tudo que será. A sempre existência e a impossibilidade da morte. «João caiu a Seus pés como morto». Não pôde suportar a formidável visão, e o que fez Cristo? Colocou a Sua mão direita sobre João, uma benção equivalente a um Batismo Espiritual, a transmissão de poderes espirituais, ordenando-lhe não mais temer. Na mesma hora, sentira João a perda da sensação da morte, e ressuscitou. Soube, daí, a não existência da morte e do Hades, pois, lhe disso o Supremo: 

     «EU SOU O PRIMEIRO E O ÚLTIMO». Significa isto evidentemente que ELE salvará a todos e só depois será o «ÚLTIMO».

    Após essa visão, João saiu fortalecido, escrevendo o versículo 19 que Cristo lhe ordenara:

    Averiguemos o que João teria visto na presença de Cristo. Por força de sua consciência interna, foi transportado e ensinado a ver os acontecimentos do passado, do presente e do futuro. Passaram-se ante a sua visão os panoramas dos Períodos, das Revoluções e das Épocas, desde o começo até o fim. E porque lha foram ensinadas estas cousas? Foi ditado a João que ensinasse os acontecimentos futuros. Os Ensinamentos do Apocalipse devem ser ensinados aos Esoteristas e a todos aqueles que, de boa vontade, se tornem capazes de utilizar tais prescrições em suas almas, aprimorando, assim, suas reincarnações em tempos futuros. As religiões futuras não mais ensinarão a necessidade do sofrimento para se alcançar o Reino de Deus. A aceitação da Força Divina de Cristo por si só destroi o sofrimento e um novo Ser se levanta dos escombros do passado. Aquilo que hoje se refere à morte, deve ser destruído, diz Cristo, pois, «estive morto, mas eis que estou vivo». Vivo dentro de cada um. Sois ressuscitados desde que Eu ressuscitei da morte, e cada um ressuscitará a seu tempo, pois, «EU SOU O PRIMEIRO E SEREI O ÚLTIMO». 


1a. C A R T A

(À Igreja de Éfeso)

 


 


1a. C A R T A

(À Igreja de Éfeso)

 
    
Prosseguindo nos estudos sobre os ensinamentos de João, passamos a explicar o primeiro versículo: «Éfeso representa o primeiro ciclo da civilização da nossa Época Ariana. Todas as épocas estão subdivididas em 7 civilizações. Presentemente, estamos no quinto Ciclo, ou seja, na Igreja de Sardes.

    Observa-se estar a Carta dirigida a um Anjo e não a uma das Igrejas, como mais tarde acontece com as demais. Dirige-se a carta o um Anjo, o Guia de uma civilização que tem como nota dominante a natureza de seu próprio Guia, levando-a até que a aurora de uma outra civilização ressurja. Lembremo-nos de Jeovah, Deus de Raças, guiando os povos até a chegada de Cristo. Dirige-se esta carta a um Anjo que guia a civilização no surgimento da Época Ariana, logo depois da submersão da Atlântida no Oceano Atlântico,

    Cristo rege os 7 Períodos as 7 Revoluções de cada Período e, também, as 7 Épocas com os seus respectivos ciclos. Anda no meio dos candeeiros da Igreja de Éfeso com a Sua Luz Espiritual, em defesa da evolução para iluminar internamente a Humanidade. Os 7 candeeiros têm a sua representação nos corpos, as «Luzes das Piores de Lotus», assim conhecidas pelos hindus e denominados por Max Heindel de «Centros Espirituais». Deve-se dizer a respeito destes Centros, que os mesmos giram e fulguram em diferentes coloridos. Na civilização hindu, ou seja, na Igreja de Éfeso, os Centros Espirituais não estavam em condições de girarem assim como hoje, em nossa civilização atual. A inteligência não estava bem desenvolvida e, por isso, havia uma vidência negativa. A alma, naquela época, não estava auto-dinamicamente apta para projetar-se aos Pianos Superiores, como acontece corn os seres devidamente educados sob o controle da mente e da vontade. Sòmente homens santos conheciam as leis internas e sabiam manifestar-se nos Planos Superiores, Observaram as Leis Divinas e trouxeram, das Hierarquias Angelicais, ensinamentos favoráveis aos homens para o Mundo das Formas e dos Sentimentos. Eram intermediários entre os Deuses e os homens.

    Examinando ambos os versículos acima e respeitando a vizão de João, que na sua exaltação espiritual via o passado, verificamos o seguinte: 
 

   Aqueles que pereceram nas águas da Atlântida, haviam exercido práticas espirituais invertidas, contrárias às Leis Divinas, Pela consciência espiritual, uma faculdade normal daqueles tempos, cada um sentia-se auto-suficiente em suas práticas transcendentais, pois, conheciam as leis da natureza, sujeitando-se à uma vontade.

    Os de Èfeso eram perseverantes por conhecerem a benignidade das Leis Divinas e foram os que se salvaram da malignidade atlante, preservando-se, em Éfeso, das máculas de seus antecessores. Respeitaram a Divindade e sujeitaram-se às Leis da Natureza, ignoravam o egoísmo, procurando viver como homens em união corn Deus.

    Quanto aos falsos apóstolos-profetas, estes foram facilmente conhecidos e rejeitados, pois, entraram na penumbra atlante, imprópria, o que, entretanto, não se verificou com os verdadeiros profetas que desejavam o oposto, isto é, a vida com Deus, tendo anseios da Deus e dos planos superiores. Nesse ciclo, tudo que não era transcendental tinha o significativo de uma ilusão, «Maia». Pseudos-guias da humanidade ensinaram a inutilida da Terra e dos que nela viviam. Não acreditavam na beneficência de uma Terra santificada que os alimentava e nem se interessaram em cultivá-!a para o seu próprio conforto. Viviam uma vida contemplativa, sem conforto e aguardavam a felicidade com a quase aniquilação e martirização de seus corpos precários, Naturalmente, tal forma de vida não ss coordenava com as leis da evolução, que requeriam lutas e conquistas para os tempos futuros.

«Lembra-te, pois, de onde caiste, arrepende-te, e volta à prática das primeiras obras: e se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas». 

    Procuremos desvendar esses dois versículos, vendo o que significa «abandonar o primeiro amor». Estamos no mundo do Amor de Deus e em nossas vidas transcendentais, amamos a Deus. A vida dos Atlantes era oposta a Deus, era egocêntrica, como já explicamos linhas acima. Não se amavam uns aos outros, isto é, não amavam a criação de Deus na Terra e Suas leis na natureza; abandonaram a Deus e Sua soberania na criatura, como também a Hierarquia que os guiava por ordem superior. Eles amavam somente a si mesmos.

    A Época Ariana começou da mesma maneira como terminara a anterior, mas notava-se uma atividade oposta. Tal como os A-tlantes procuravam subjugar as leis da natureza com a sua astúcia, sujeitando a força divina na natureza às suas ordens e destruindo e anulando a vontade de Deus em S u a criação, os Hindus, também, se afastaram do Amor de Deus ao abandonar a luta pela conquista da evolução, tornando a Terra sem valor e desprezada, não obstante toda sua beleza. Os atlantes tomaram conta da Terra com o seu egoismo e os hindus abandonaram-na por desinteresse. Na imaginação do Hindu formou-se a descabível idéia de que a Terra não tinha valor e não compensava lutar por ela. A vida na Terra era somente uma ilusão, pois, o corpo denso seria mais tarde abandonado, tendo a vida seu prosseguimento em corpos superiores, no Nirvana. Acreditavam ao mesmo tempo na santidade de todas as criaturas, surgindo daí a idolatria das vacas e dos elefantes santos. Não tocavam nesses animais para não cairem em desgraças. Aliás, ainda hoje na índia existe esta crendice. Tudo era divino, menos o próprio corpo, por se tratar de concepção que o qualificavam de ilusório. Martirizavam, assim, o corpo denso, julgando-o um instrumento inútil. Assim aconteceu por força das concepções errôneas de que a Terra devia ser abandonada, Terra esta de que foi feito o precioso vaículo denso pelas Hierarquias, pela Vontade e pelo Amor de Deus.

    Eis, pois, a explicação sobre a advertência de que trata o versículo 4: «Tenho, porem, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor».

     Quanto ao versículo 5, adverte com repreensão: «Se   não  recomeçar a conquistar as bênçãos que, ligadas estão à Terra pela força divina, o Espírito virá remover o Candeeiro do seu lugar», ou seja, o ciclo da civilização hindu. Só pela contemplação a Terra não poderia ser fertilizada porque o homem feito de barro, deveria utilizar-se dele em benefício de seu próprio corpo. Podia beneficiar-se do fruto da terra, do Espírito que a vivificava. Mostra o versículo a ordem de conquistar a bondade inerente à Terra e receber os benefícios do Espírito que anda no meio dos candeeiros. Mesmo pm nossos dias em que a civilização anda com passos largos, a India tende para as contemplações e idolatria das vacas santas. Nos últimos séculos modificou-se esta tendência. S w a m i Vivecananda e Ghandi, emanciparam politicamente a índia e, religiosamente, acharam caminhos para a concepção da religião de Cristo. As novas gerações progrediram de acordo com a civilização, sem abandonar ao mesmo tempo a contemplação espiritual, formando, assim, uma fortaleza de paz em sua inteligência. Surge uma nova linhagem budista por reincarnação cármica e se inicia uma lenta e perfeita revogação da desfavorável implantação das antigas castas e de suas leis dogmáticas e restritas. A abolição das castas por Ghandi, mostra a influência do Ocidente, como também da sua religião cristã, no Oriente. A nova perfomance das idéias nos espíritos hindus, une e amplia a vida social e científica de um grandioso povo com a evolução de todos os povos. O Candeeiro que se achava na escuridão durante séculos, está agora brilhando com uma Luz Crística.

      Segue-se o versículo 6, que confirma a exposição anterior:

«Tens, contudo, a teu  favor,   que   odeias   as obras dos nicolaitas, as quais eu também odeio».

    «Nicolaitas» quer dizer: «profetas falsos». Nicolaita» foi uma palavra usada no tempo do Apocalíptico, na Civilização Greco-Romana, tendo João a empregado ideologicamente nos tempos passados. Ele chama de «profetas falsos» da velha índia, os sacerdotes nicolaitas, pois, também no tempo de João existiram sacerdotes sem escrúpulo, com a inverdade na boca, hipócritas e egoístas. Sabiam, com artifícios, enganar os crentes. Em nossos dias,  embora estejamos longe da velha índia e da Grécia, acontecem, infelizmente, as mesmas coisas, pois, existem ainda entre nós os nicolaitas. À margem da crença cristã, existem a idolatria, as danças dos rituais da magia negra, a macumba com os sacrifícios dos animais que lembram a Atlântida; a primitiva índia, o Egito e a Babilônia com os sacrifícios de animais em louvor a Deus; os Templos de Delphos da Grécia com a necromância e a adivinhação dos obsecados Druidas.

    O Espírito dirige-se a Éfeso com a certeza de ter se colocado em oposição aos nicolaitas, quando diz que Ele e os de Éfeso os odeiam. O ódio exprime nesta situação a luta contra as magias em detrimento da evolução, A luta dos espiritualistas trava-se contra todos os artifícios nos cultos e, também, na política. Cristo dirigia a Sua palavra contra os sacerdotes, dizendo-lhes haver ninhos de víboras em seus corações, A política tem sua magia especial, a demagogia, o diabolismo da palavra. A massa popular facilmente se subordina à palavra diabolicamente aplicada, ajoelha-se e adora.

    Os primeiros sete versículos mostram em seu resumo os defeitos da vida contemplativa, deixando de realizar as obras necessárias em prol da futura geração do ciclo subseqüente, isto é, da Igreja de Esmirna. A civilização acreditara na falsidade dos nicoiaitas para os quais a mente se curvou. O Ego em sua vontade de íe\ar seus corpos inferiores para as realizações materiais e espirituais, foi frustrado pela mente inferior. As fraquezas do corpo carnal, os desejos e emoções das partes inferiores do corpo de desejos, junto ao mental, tomaram posição contra a parte superior e positiva de uma vida verdadeiramente divina e abstrata. A vida consciente do Ego não chegou ao seu florescimento positivo. Grandes provas, tais como: catástrofes e guerras, foram impostas à retardante humanidade, afim de abrir-lhe uma mente com qualidades e discer-nimento.

    O Apocalipse em seu versículo 7, formula uma advertência e logo uma sentença:

    Muito bem, Aquele que tem ouvidos para ouvir os que falam por meio das profecias, ouça, porque fala o Espírito da Verdade às almas: «Aquele que vencer o mal, receberá o alimento do fruto da Árvore da Vida que se acha no Paraíso de Deus», A «Arvore da Vida» é o Pai no Paraíso, que se constitui na absoluta pureza, de Quem o vencedor se alimenta. Somente aquele que tiver vencido a maldade, a ignorância e a mente inferior e mentirosa, poderá, como vencedor, viver no Paraíso e desfrutar do alimento dado pela ÁRVORE DA VIDA.

7a. Carta a Laodiceia: Época Ariana e a última Civilização.

    Após as 7 Cartas dirigidas às 7 Igrejas, ou sejam, às Civilizações durante a Época Ariana, surgirão per Lei da Precessão Solar, as 6a. e 7a. Épocas da 4a. Revolução do Período Terrestre. Cada Época com suas 7 Civilizações

 


2ª. CARTA

(À Igreja de Smyrna)

      As palavras do versículo 8:

      Já sabemos que Cristo é o primeiro e será o último através dos séculos dos séculos. Mas, diz que foi morto, todavia, essa morte é bem diferente da nossa. Cristo não podia e nem pode morrer, senão jamais poderia viver. Não poderia ELE viver e nem o Cosmos em sua complexidade e, por conseguinte, nem também em nós viver. Se, porém, admitimos a entrada do Espírito Solar na lenta vibração existente na Terra, significa, sem dúvida, um sofrimento para ELE. Como os Rosacruzes corretamente ensinam: «O CRISTO SOFRE NA CRUZ DA TERRA». O Seu corpo é do Sol e não da Terra. A Sua morte temporária começou na mesma ocasião em que tomara o corpo de Jesus, quando do Batismo de Água do Rio Jordão. A Luz do Espírito de Vida tomou posse de um corpo terreno com vibrações opostas às do Sol. Bem sabemos o que aconteceu no ato da crucificação, quando Aquele magnificente Espírito Solar, ao se libertar do corpo terreno do sublime homem Jesus, iluminou de tal maneira o globo terrestre que chegou a ofuscar completamente a visão dos presentes, parecendo que o Sol se obscurecêra.

    Voltando nossas explicações sobre a Carta à Igreja de Smyrna, vemos que esta se dirige à Civização Assírio-Babilcnio-Caldáica, em cuja época não existiam sentimentos elevados. Formara-se uma luta pelo material, conquistando-se apenas valores terrenos em contraste com a Igreja de Éfeso, que era contemplativa. Foi conquistada a torre da Babilônia, representando a vida real-material. Começou esta civilização por procurar um Deus real, visível aos seus olhos: o SOL, a LUA e todas as ESTRELAS. A contemplação espiritual positiva era previlégio de poucos sacerdotes, em divergência ao ciclo anterior, onde existia a contemplação negativa das massas humanas. Naqueles tempos, o E s pi r i t o Solar guiava com a sua Hierarquia a evolução na terra, por fora, externamente. A mente recebia melhores meios para ss desenvolver e progredia, como ainda hoje progride, graças à constante influência das Forças Divinas supra-sensíveis. Cristo interpenetra-se incessantemente em nosso SER; pode-se, assim, atestar que a Sua constante morte sempre presente em nossa existência, proporciona e beneficia a nossa evolução, a nossa existência em geral. Vivemos graças ao Seu enorme sacrifício. ELE morre para que vivamos. Bem diz o versículo:

«O primeiro e o último,   que   esteve morto:» e tornou a viver».

    A salvação dos seres precede a «morte» do Espírito nas criaturas e só depois deverá a vivificação, a ressurreição. Cristo infunde-se no homem imperfeito e ressuscita nele o Homem Divino. O Homem Espiritual se encontra de maneira confusa, morto, mass deve viver em união com Cristo e desta forma haverá salvação. Cristo vive assim no homem, como o homem vive em Cristo. Os espiritualistas sabem perfeitamente da união com Cristo ao falar sobre a comunhão. Não existe vida espiritual separada dÊ-LE. A desgraça da humanidade, em suas múltiplas formas, mostra não existir ainda união com ELE. As forças Iuciféricas com a sua falsa luz, regem as mentes dos responsáveis pela evolução, desde Babilônia até hoje,

     Os Espíritos do Bem e do Mal surgem sempre com os seus defeitos e suas beneficências. Parece que um fio vermelho passa através dos tempos desde a criação até onde entramos, perfeitos, no Corpo de Deus. A falsa mente deseja ignorar as Leis Divinas, procurando sempre imprecionar pela ignorância caótica em que os semi-intelectuais facilmente caem. Deus, em Sua Onipotência, não quer em absoluto a submissão cega de Seus filhos, pelo contrário, deseja qua eles conheçam as Leis Criadoras Universais que passam pelos próprios corpos desde os tempos remotos até o infinito. Os Espíritos Lucíféricos regeitaram esta Lei Divina e, porisso, fala o versículo: «Conheço a tua tribulação, a tua pobreza». A falsa luz blasfema contra tudo que é divino, empregando a mentira; Lúcifer é inteligente, dizendo de si mesmo ser judeu, um adiantado da evolução, um iniciado, um criador. Diz bem o Apocalíptico sobre esses «iniciados» pertencentes à Sinagoga de Satanaz pela expres-são da falsa luz de seus intelectos. Já nos tempos remotos babi-lônicos, separaram-se os homens de boa dos de má vontade. O versículo faz referência aos de boa vontade: «mas, tu es rico». São ricos porque regeiíaram a má influência luciférica, seguindo as Leis Divinas Iniciáticas, a Inteligência Superior. A história mostra-nos com toda clareza a destruição da Babilôna material, assim como em grande parte, a da intelectual. A Sinagoga de Satanaz foi regeitada e deu riquezas aos que se iniciaram de coração, como judeus.

    Faz referência o versículo sobre tribulações de 10 dias. É claro que não se trata de 10 dias comuns. A conciliação entre o mal e o bem, não existe. Nós, espíritos que somos, temos que nos salvar do mal e quanto tempo levaremos até recusá-lo, depende do reconhecimento da que o Salvador está constantemente batendo na porta do nosso coração. ELE bate 10 dias, desejoso de arrebatar-nos do diabo que nos prendeu com suas algemas. A luta poderá durar um ciclo, ou mais, até que o Salvador íransce-da em nossas almas. Quem tiver passado fielmente os 1O dias a-té a morte das más qualidades desta civilização, receberá a Coroa da Vida, a soberania sobre esta e terá o ingresso à Nova Era. Isto acontece de civilização em civilização. A luta constante em si mesma e por si mesma, sublima com o tempo todos os conhecimentos passados. Acolhidos são estes pelo Ego para mais tarde, em uma civilização posterior, aumentar o processo da purificação e de múltiplas coroações, como explica o Apocalipse.

«Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas. O vencedor, de nenhum modo sofrerá o dano da segunda morte». 

    
Diz o versículo que, «aquele que não vencer, sofrerá dano», que significa a “segunda morte”. Qual é a primeira morte? A morte do corpo denso, necessitando de tempos em tempos renovação por seqüentes reincarnações do Espírito, A segunda morte se refere ao corpo de desejos, ou corpo astral. E por que morreria este? Já sabemos da intenção do Supremo Espírito que fala pelo Apocalíptico, no sentido de que nos preparemos para a Iniciação. Para esse fim, devemos ativar o nosso corpo de desejos com sentimentos elevados e pensamentos puros. Como espiritualistas, conhecemos práticas meditativas e atividades caritativas que proporcionam aos corpos a devida elevação. Purifica-se o corpo emocional e recebe a mente a eua conseqüente luz, Estes são os fatores para a Iniciação.

    Se acontecer o contrário, os corpos internos não receberão o devido alimento e agarrar-se-ão aos sentimentos infernais e pensamentos corruptos, razão porque ficarão esfomeados, atrofiados e, como resultado final, sofrerão a morte. Isto representa a segunda morte, o que eqüivale à perda da personalidade. 

 


1a. C A R T A

(À Igreja de Éfeso)

 



 

 

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