Franz Anton Mesmer

 Franz Anton Mesmer

(Iznang, 23 de maio de 1734 - Meesburg, 5 de março de 1815)

Conceituado médico,  magnetizador, filósofo, teólogo e músico suábio

Na antiguidade, os antigos sacerdotes caldeus utilizavam passes  magnéticos para restabelecer a saúde humana. No século XV se discute, nos circulos esotéricos,  a simpatia magnética, designando um sistema análogo nas suas bases essenciais, às formulações de Paracelso. No século XVII Van Helmont, realizou experimentos de curas aplicando o ímã e e placas metálicas sobre os corpos de doentes. O sacerdote jesuíta Hell, contemporaneo de Van Helmont, também físico de renome, obteve efeitos interessantes com a aplicação do ímã não só nos homens, mas também nos animais.

Todavia,  foi Franz Anton Mesmer, médico alemão, quem estudou e deu publicidade aos mistérios científicos até então mantidos ocultos pelos seus predecessores. Formado em medicina, em Viena (1766), defendeu tese, segundo a qual um fluído magnético misterioso emanaria das estrelas enchendo todo o universo, influenciando todos os organismos vivos. A má distribuição desse fluído causaria as doenças. Mesmer, inicialmente empregava magnetos, passando-os sobre o corpo dos pacientes para produzir um estado semelhante ao sono. Posteriormente ele mesmo verificou que a simples imposição das mãos produzia o mesmo efeito. O magnetismo animal substituiu o magnetismo mineral. O termo magnetismo foi introduzido em sua homenagem.

 Mesmer estudou, investigou e descobriu  a capacidade magnética nos animais e  nos seres humanos. Percebeu a capacidade de curar por meio dos fluvios vitais.  

Mozart era assíduo visitante de Mesmer no seu Palácio em Viena, acreditando-se  como médico, assistia  Mozart em  seus numerosos problemas de saúde. Juntos  aperfeiçoaram um instrumento idealizado por Franklim.  Ambos trabalharam em grupo, médico e compositor na criação para fins curativos da glass harmónica. Ainda, hoje há em Viena um grupo conhecido com o nome de Duo Glassharmonica Vienner.

Em sua obra Mozart, Esse Desconhecido, o rosacruciano Delmar Domingos de Carvalho  aborda  a pequena ópera pastoril Bastien und Bastienne, encomendada a Mozart por Mesmer. O    libreto original ,  em francês,   tem como  título OS AMORES DE BASTIEN ET NASTIENNE. Essa ópera foi estreada na casa de Mesmer em 1 de Outubro de 1768. Aliás Mesmer, então professor da Universidade de Viena,  com esta encomenda ajudou Mozart, que havia sido expulso de Salzburgo, sua  terra natal,  que então foi madrasta e hoje vive sob ele!


"Resta ainda muito a aprender e desaprender, para os atuais cientistas materialistas. Ainda que lutem até o último limite contra o que, escarnecendo, qualificam de "idéias ilusórias" dos cientistas ocultistas, estão sendo obrigados a reconhecer suas verdades, a admiti-las uma a uma. É só uma questão de tempo, o serem forçados a aceitá-las todas.

Mesmer, enviado pelos Irmãos Maiores, foi mais do que ridicularizado. Mas quando os materialistas, trocando o nome da força por ele descoberta, chamaram-na de "hipnotismo" ao invés de "mesmerismo", tornou-se "científica imediatamente."

- Max Heindel


CRONOLOGIA

Data

Principais eventos

1734

Nasce em 23 de maio de 1734 em Iznang, aldeia próxima ao lago de Constança, na Suábia, atualmente pertencente à Alemanha; filho de Franciscus Antonius Mesmer e Maria Ursula Michel, pertencente a uma tradicional família católica.

1743

Encaminhado  ao monastério Reichenau, em Constança, onde   estuda línguas, literatura clássica e música por cerca de seis anos.

1750

Ingressa na Universidade de Dillingen, na Baviera, pertencente a Companhia de Jesus, onde estuda Filosofia por quatro anos, tendo acesso as obras de Galileu, Descartes, Leibniz, Kepler, Newton e outros, chegando ao Doutorado.

1754

Inicia o curso de Teologia na Universidade de Ingolstadt, também na Baviera.

1759

Ingressa na Universidade de Viena, na Áustria, dedicando o seu primeiro ano nesta instituição ao estudo das Leis

1760

Transfere-se, para o curso de Medicina, na Universidade de Viena, Áustria, considerado, o melhor de seu gênero na Europa, então totalmente reformulado por Gerhard van Swieten, discípulo de Boerhaave, o mais respeitado professor da época, conhecido como o Hipócrates holandês.

1766

Conquista em 27 de maio de 1766 o Doutorado com a dissertação Dissertatio physico-medica de planetarum influxu, abordando a influência dos planetas sobre o corpo humano, sob a égide de Newton e talvez de Paracelso, usando pela primeira vez o conceito de fluido universal.

1768

Em 10 de janeiro de 1768, casa-se com Maria Anna von Bosch, na Catedral de Santo Estêvão, numa concorrida cerimônia celebrada pelo arcebispo de Viena.

O casal passa a residir numa mansão em Landstrasse, onde promove saraus musicais dos quais participam personalidades como Mozart, Gluck, Haydn e outros.

 Em outubro de 1768 estrea no teatro no jardim de sua residência, a primeira apresentação em Viena de uma ópera de Mozart. Apenas um menino de doze anos à época, o compositor apresentou seu primeiro singspiel em alemão: uma comédia popular, Bastien und Bastienne.

1773

Primeiro tratamento por meio do magnetismo animal. A paciente, Franziska Esterlina, uma senhorita de vinte e nove anos, bastante debilitada, era uma parenta da esposa de Mesmer e amiga da família Mozart.

1775

Há pouca acolhida, por parte da comunidade científica, à sua descoberta. Mesmer evita realizações públicas em Viena. Anuncia a sua descoberta, em outros países da Europa, visitando a Suábia, a Baviera, a Suíça e a Hungria, entre outros países.

Publica uma Carta ao povo de Frankfurt, que representa uma importante fase do desenvolvimento de sua teoria. Define pela primeira vez o magnetismo animal como sendo a capacidade de um indivíduo em causar efeitos similares ao magnetismo mineral em outra pessoa. Admitia Mesmer que, assim como o ímã, as mãos e os olhos de alguns indivíduos podiam irradiar um fluido especial proveniente do próprio organismo com influência nos indivíduos e nos próprios animais.

Em 5 de janeiro, publica em jornais e panfletos uma Carta a um médico estrangeiro, esclarecendo a terapia do magnetismo animal. Foi primeiramente endereçada ao médico Johann Christoph Unzer, de Altona.

Em Munique, a 28 de novembro, é aceito como membro da Academia do Eleitorado da Baviera.

1776

Para evitar mal-entendidos, por parte da comunidade científica, evita fazer uso do ímã como simples condutor do magnetismo anima , mas continua a utilizar água, garrafas e barras de ferro. Esclarece a sua tese de doutorado, através da publicação de Cartas sobre a cura magnética, enviadas a alguns médicos.

1777

Aceita como paciente a famosa pianista Maria Theresa Paradis, curando sua cegueira e gerando controvérsias.

1778

Em fevereiro de 1778, divulga sua teoria do magnetismo animal, em Paris, apresentando as suas descobertas para os sábios e médicos.

Em maio de 1778, parte para a cidade de Creteil, juntamente com alguns pacientes. Requisita comissários da Sociedade Real de Medicina de Paris para  fiscalizarem as curas, o que foi recusado.

1779

Publica, em Paris um relato analítico da nova ciência: Memória sobre a descoberta do magnetismo animal, após tentar, sem sucesso, em todas as Universidades, um exame de seu sistema. Expõe a tese defendida até então, ou seja, a existência de um fluido que interpenetrava tudoo qual poderia ser utilizado na cura de doenças. Experimentou tratamentos com imãs (magnetos), mas concluiu que o próprio corpo humano emanava forças mais poderosas que as do imã, as quais denominou então de " magnetismo animal", o qual poderia ser utilizado na cura de doenças. Teve boa aceitação, mas depois caiu em descrédito.

1780

Em busca de reconhecimento científico para a sua descoberta, propõe à Faculdade de Medicina de Paris, um teste comparativo de seu método com a medicina tradicional.

Numa Assembléia Geral, realizada em 18 de setembro de 1780 e, após uma leitura e um discurso, d'Eslon, seu discípulo, foi excluído do quadro dos médicos e as proposições de Mesmer foram rejeitadas com desdém e animosidade.

1781

Publica o que viria a ser a mais importante descrição histórica da ciência do magnetismo animal, intitulada Resumo histórico dos fatos relativos ao magnetismo animal.

1784

Em 20 de agosto de 1784, Mesmer envia uma carta a Benjamin Franklin denunciando os equívocos da comissão nomeada para examinar seu discípulo d'Eslon, desautorizado para agir em seu nome, e a impropriedade do método adotado.

O rei da França nomea uma comissão de sábios da Academia de Ciências de Paris - Jean-Sylvain Bailly (1736-1793), Joseph-Ignace Guillotin (1738-1814), Benjamin Franklin (1706-1790), Antoine-Laurent Lavoiser (1743-1794) -, que em quatro meses conclui que as proposições de Mesmer não passavam de imaginação e auto-sugestão dos pacientes, redigindo também um relatório secreto enviado à polícia que alertava para o ambiente potencialmente licencioso das clínicas mesmeristas.

Outra comissão formada por médicos da Sociedade Real de Medicina também rejeita a existência do magnetismo animal. Porém, um de seus membros, Jussieu, divergiu dos colegas e admitiu curas.

Também em 1784, mantêm correspondência com George Washington, primeiro presidente dos Estados Unidos da América.

Ainda nesse ano, o marquês de Puységur, discípulo de Mesmer, ao experimentar magnetizar camponeses, descobre o Sonambulismo Artificial, em que os pacientes sob transe induzido apresentavam telepatia, visão com as pontas dos dedos, clarividência e outros fenômenos. Puységur, por sua vez, fez numerosos discípulos. Os pacientes submetidos aos " passes magnéticos" às vezes entravam em estados de sono de profundidade variável, chamados de " sono magnético" ou " estados magnéticos".

1785

Alguns de seus discípulos publicam as anotações de suas aulas na forma de um livro intitulado Aforismos de Mesmer, apesar da desautorização do próprio Mesmer.

Nesse ano, Mesmer deixa Paris. Em viagem a Zurique, encontra-se com o pastor Johann Kaspar Lavater, um entusiasta do magnetismo animal na Suíça.

1787

Em 1787 Pététin descobriria a Catalepsia Artificial.

1790

Mesmer é homenageado por Mozart, em sua ópera Così fan tutte. No final do primeiro ato, a personagem Despina, fantasiada de médico, imita Mesmer e seu tratamento.

 Neste mesmo ano, a esposa  de Mesmer falece de câncer no seio.

1793

Preso pela polícia, ao retornar a Viena, pois estava sendo investigado por questões políticas, suspeito de ser favorável aos jacobinos. Liberado, fica sob custódia até 5 de dezembro. Continuaria, porém, sendo observado pelas autoridades.

1796

Retorna a Paris, tendo residido no número 206 da rua Vendôme até 1801, quando muda-se para Versalhes.

1799

Publica, em Paris, Memória de F. A. Mesmer, doutor em medicina, sobre suas descobertas, considerada a sua principal obra, contendo o modelo teórico da terapia do magnetismo animal, sonambulismo provocado e lucidez sonambúlica. Foi o seu primeiro trabalho publicado em dezoito anos.

1802

Muda-se para Meersburg, no Sul da Alemanha.

1809

Muda-se para a cidade suíça de Frauenfeld. Nesta época, muitos achavam que ele já havia morrido.

Um grupo de médicos da Academia de Berlim redescobriu o seu paradeiro, mas, já com setenta e cinco anos, Mesmer não aceitou acompanhá-los.

1812

Recebe um emissário de Berlim, o doutor Karl Christian Wolfart, encarregado de solicitar "a comunicação de todos os fatos, retificações e esclarecimentos desse importante tema".

1813

Em Paris, um dos discípulos do marquês de Puiségur, o Abade Faria (José Custódio de Faria), português de Goa, assentou as bases da interpretação científica do magnetismo, tendo sido ainda um dos primeiros a experimentar o uso de sugestões verbais na manipulação magnética dos pacientes. Trouxe novas idéias, ao dizer que os tranzes magnéticos não derivam de qualquer fluído ou força especial, pois reside no próprio indivíduo e não no hipnotizador. Usava apenas a palavra durma...durma...durma..., sem passes e nem gestos.

Egas Moniz, prêmio Nobel de medicina (1904) as trouxe de volta, ao publicar estudos sobre a vida do Abade Faria.

1812

Recebe um emissário de Berlim, o doutor Karl Christian Wolfart, encarregado de solicitar "a comunicação de todos os fatos, retificações e esclarecimentos desse importante tema".

1814

Publica-se, em Berlim, Mesmerismo ou sistema das interações, teoria e aplicação do magnetismo animal como a medicina geral para a preservação da saúde do homem. Segundo o seu editor, o doutor Wolfart, tratava-se de uma compilação dos artigos, anotações e pensamentos de Mesmer sobre Ciência, Filosofia, Educação e outros, constituindo-se nas suas reminiscências.

1815

Morre em 5 de março de 1815, na cidade de Meesburg, Suábia, nas proximidades do lago de Constança, atual Alemanha. Manteve-se lúcido até aos últimos dias de seus oitenta e um anos de vida.

Após a morte de Mesmer o magnetismo continuou vivo graças alguns dos seus discípulos, como o Marquês de Puysegur.

1821

Realizam-se nótaveis experiências de magnetismo (registradas em relatórios) por meio dos magnetizadores du Potet e Robouam, sob a direção dos doutores Bertrand, Husson e Récamier, e na presença de trinta outros médicos.

1823

É atribuído ao médico francês Alexandre Bertrand, que publicou seu primeiro livro a respeito em 1823, a descoberta da importância da sugestão no transe induzido.

1826

É nomeada, após calorosos debates, uma nova comissão pela Academia de Medicina de Paris para analisar novamente o magnetismo animal, com doze membros, depois reduzida para nove: Bourdois de la Mothe, Foucquier, Guéneau de Mussy, Guersant, Itard, Husson, Leroux, Marc e Thillaye.

1831

É lido, aprovado, assinado, e arquivado o relatório da comissão da Academia de Medicina de Paris, favorável ao magnetismo animal, após de cinco anos de pesquisas e numerosas experimentações registradas.

1835

Outro grupo de pesquisadores da Faculdade de Medicina de Paris, como Puységur, d'Eslon, Deleuze, Du Potet e Millet, retomaram o assunto, dedicando-se ao chamado "sonambulismo" (adivinhação), e a outros fenômenos provocados pela ação do agente magnético de Mesmer, novamente sem sucesso.

1841

Em novembro de 1841, o cirurgião inglês James Braid (1795-1860), observa experimentos dados pelo mesmerista Charles Lafontaine (1803-1892), examinando após estudar os fenômenos do magnetismo, dar- lhes uma conceituação científica e fisiológica, criando o Hipnotismo e sua terminologia, que é a mesma utilizada atualmente. Segundo a nova teoria, tudo devia-se à imaginação do paciente agindo sobre seu sistema nervoso ( hipótese animista), rejeitando-se então a hipótese dos fluidos ( hipótese fluidista).  Estava assim criada a divisão entre fluidistas e animistas, que perdura até nossos dias.

Braid cunhou o termo "hipnotismo" para se referir ao procedimento de indução ao estado hipnótico. Essa escolha deveu-se a acreditar, na ocasião, tratar-se de uma espécie de "sono artificial", numa alusão a Hipnos, deus grego do sono. Reconhecido o equívoco — por ele mesmo — não mais foi possível corrigir a impropriedade do termo, pois já se achava consagrado.

Durand de Gros foi o primeiro a perceber a diferença entre o mesmerismo, o hipnotismo e a sugestão.

 1854

 A.A. Liébeault (1823-1904) impressionado com os trabalhos de Braid converte, em 1854, seu humilde consultório rural no mais importante centro  do hipnotismo em todo o mundo, a nova técnica, que vinte anos antes havia recebido de Braid, nome e respaldo, passa a ser aplicada, ao mesmo tempo, como instrumento de investigação e de assistência. Liébeault usava sua técnica para mostrar “a influência da moral sobre o corpo” e curar o enfermo; e é tal a importância de seus trabalhos que Zilboorg e Henry em sua História da Psicologia Médica de Zilboorg e Henry situam em Nancy o começo da psicoterapia. Para Etchegoyen, “o tratamento hipnótico que inaugura Liébeault é pessoal e direto, dirige-se ao enfermo. Todavia, falta-lhe algo para ser psicoterapia: o enfermo recebe a influência curativa do médico em atitude totalmente passiva. Sob este ponto de vista, o tratamento de Liébeault era pessoal, mas não interpessoal”.

 

 Hyppolite Bernheim (1837-1919), professor da Faculdade de Medicina de Nancy, vai procurar à clínica de Liébeault, que havia curado uma paciente que há vários meses se tratara com ele sem sucesso, e acaba se convencendo dos fatos, passando a se dedicar ao hipnotismo e se tornando-se o responsável pela fama que essa escola de hipnotismo adquiriu no mundo, tendo ficado conhecida como Escola de Nancy, para qual a hipnose era uma função normal, obtendo uma rica casuística, na popúlação em geral, com numerosos pacientes atendidos.

Conforme Etchegoyen, quando Hyppolyte Bernheim seguindo a investigação em Nancy, põe cada vez mais ênfase na sugestão como fonte do efeito hipnótico e motor da conduta humana, perfila-se a interação médico-paciente, que é, para ele , uma das características que definem a psicoterapia. Em seus Nuevos Estúdios (1891), Bernheim se ocupa, efetivamente, da histeria, da sugestão e da psicoterapia.

 

 Jean Martin Charcot (1825-1893) após assistir Richet hipnotizar um paciente, obtendo fenômenos de sonambulismo, foi atraído pelo hipnotismo , passando a desenvolver estudos próprios. Classificou como três fases da profundidade hipnótica, a catalepsia, a letargia e o sonambulismo. Com sua experiência o hipnotismo foi aceito , banindo-se também  a idéia de simulação. Para charcot era fundamentalmente uma neurose experimental.

 

 Na seqüência desse desenvolvimento surge a figura de Josef Breuer (1841-1925) que desenvolveu um método de tratamento hipnótico, baseado em entrevista. Conseguindo com o qual, em um caso de histeria, que a paciente falasse sob hipnose, verbalizando material que havia sido reprimido. Essa descoberta de Breuer ficou conhecida como método catártico. Ele a levou ao jovem e amigo Sigmund Freud (1856-1939), o qual se interessou profundamente pelo o caso que ficou conhecida na literatura psicanalítica como caso Anna O.

Freud esteve em Paris estudando com Charcot e posteriormente, em Nancy, para conhecer de perto a técnica hipnótica de Liébeault e Bernheim. Ele dedicou especial atenção aos fenômenos de sugestão pós-hipnótica que vinham sendo estudados por Bernheim. Observou também que o comportamento pode ser influenciado não só pelos conteúdos conscientes, como também pelos conteúdos inconscientes.

Freud, depois de seu contacto com Bernheim e Charcot passou a utilizar a técnica hipnótica para trazer à tona memórias reprimidas. Mas, como ele próprio se dizia um mau hipnotizador e também porque (como afirmou em sua autobiografia) os resultados terapêuticos obtidos com a hipnose desapareciam ante a menor perturbação da relação médico-paciente, abandonou a mesma e o método catártico de Breuer, substituindo pela regra da Associação Livre, que pouco depois chamou de psicanálise. Para ele a relação pessoal efetiva e emocional desenvolvida pelo o paciente era mais importante do que a hipnose. Freud abandonou o hipnotismo, mas manteve diversos aspectos que envolviam o mesmo como o divâ, o ambiente tranqüilo do setting analítico, etc.

Em agosto 1889 se realizou, em Paris, o 1º Congresso Mundial sobre Hipnotismo Experimental e Terapêutico, sob a presidência de Charcot. Nele estiveram presentes as maiores autoridades da época, no assunto, como Richet, Lombroso Liébeault, Bernheim, Freud, Bechterev, William James, entre muitos outros famosos. ((Mas, depois o hipnotismo foi perdendo força, segundo alguns por duas razões: 1º) pelo desenvolvimento da anestesia química e 2º) pelo desenvolvimento das técnicas psicotarápicas, advindas da descoberta de Freud e também em função de sua atitude negativa em relação à hipnose.  O que levou Babinski a afirmar, em 1910, que a hipnose como a histeria era uma espécie de simulação.

Outra grande figura científica dessa época foi Pierre Janet, cuja obra fundamental: Automatismo Psicológico teve grande importância, embora posteriormente foi quase esquecida na França, onde à medida que Freud se elevava Janet declinava. Mas, a verdade é que, os dois no início da suas carreiras, partiram das mesmas bases, a Hipnose, e ambos ouviram os mesmos mestres: Charcot na Salpetrière e Liébeault e Bernheim, em Nancy.

 Para Pierre Janet, o importante era interpretar os fatos. Os efeitos das sugestões hipnóticas ficarão inexplicáveis se não admitirmos a existência de uma segunda consciência que conserve a lembrança do transe hipnótico e que depois do indivíduo despertado imponha as modificações no comportamento.

A utilização quase exclusiva das sugestões para remoção de sintomas não impedia que os mesmos ressurgissem e que outros sintomas substitutivos aparecessem, isso fez com que a hipnose fosse sendo substituída pela psicanálise e outras técnicas de psicoterapia dinâmica.

Pouco depois, dos trabalhos de Janet em Paris e de Breuer e Freud em Viena, onde a relação interpessoal está patente, ressoa já a primeira melodia da psicoterapia. Como veremos logo, é mérito de Sigmund Freud (1856-1939) alcançar nesses anos, com a introdução da Psicanálise, o nível científico da psicoterapia. Desde aquele mo­mento, e para não voltar atrás, será a psicoterapia um tratamento dirigido à psique, em um marco de relação interpessoal e com respaldo em uma teoria científica da personalidade.

Repitamos os traços característicos que destacam a psicoterapia por seu suceder histórico. Por seu método, a psicoterapia se dirige à psique pela única via praticável, a comunicação; seu instrumento de comunicação é a palavra (ou me­lhor dito, a linguagem verbal e pré-verbal), “fármaco" e, ao mesmo tempo, mensagem; seu marco, a relação interpessoal médico-enfermo. Por últi­mo, a finalidade da psicoterapia é curar, e todo o processo de comunicação que não tenha esse pro­pósito (ensino, doutrinação, catequese) nunca será psicoterapia.

Enquanto chegam ao máximo desenvolvimento os métodos científicos da psicoterapia sugestiva e hipnótica, inicia-se uma nova investigação que haveria de operar um giro copernicano à teoria e práxis da psicoterapia. Por volta de 1880, Joseph Breuer (1842-1925), ao aplicar a técnica hipnótica em uma paciente, que nos anais de nossa disciplina se chamou, desde então, Anna O. (e cujo verdadeiro nome é Berta Pappenheim), praticava uma forma radicalmente distinta de psicoterapia.

Consideremos também o hipnotismo segundo a leitura da Escola Russa.

Pavlov considera o estado hipnótico um condicionamento de reflexos à cortex cerebral, condicionamento este que pode ser feito por vários meios de estímulo, tais como tácteis, sonoros, luminosos, isolados ou combinados, seguindo daí os diversos métodos que conduzam a um estado hipnótico. Todos esses métodos porém,baseiam-se na filosofia cerebral, considerando o córtex como o centro da dinâmica de todo fenômeno hipnótico.

Contraponto Espiritualista

Sabemos que o corpo humano é um aglomerado de células especializadas no desempenho de uma função e que as células nervosas cerebrais e corticais, embora sejam as mais sensitivas, não deixam de ser células e como tal estão compostas de uma membrana celular, um protoplasma com seus filamentos e um núcleo com todos os seus componentes. Agora, se analisarmos cada uma dessas partes componentes da célula, de per si, não encontraremos nada mais que estruturas atômicas grupadas nas funções correspondentes e é interessante notar que a própria ciencia já usa o termo de química celular adiante do da fisiologia celular.

Observamos, então que nas células cerebrais e corticais, em essencia, não existe nada mais do que átomos, estruturas químicas definidas na especialização da função celular. Entretanto se reconhecermos isto, reconheceremos a existencia de um poder, uma inteligencia que grupa estes diferentes átomos e constitui a célula.

Se a teoria de Pavlov nos mostra que o condicionamento é feito à célula, ela nos permite inferir que este condicionamento é feito - não aos átomos físicos - e que é feito, sim, a essa força, a essa inteligencia que os congrega e que modela a célula.

Neste momento chegaremos ao limiar da ciencia atual. Daqui por diante, se quisermos continuar trabalhando sobre o assunto, temos que fazê-lo no campo da Filosofia, da Religião e da Mística.

Quando através de narrativas, de mitos e de símbolos, os antigos sábios nos legaram seu conhecimento, sabiam o que estavam fazendo e o quanto convinha que a antiga Gnose fosse oculta por algum tempo, só sendo revelada a alguns mais capazes. E dos estudos destes conhecimentos chegamos a observar que a Criação tem por fim a expansão da consciencia individual em nosso estado atual de manifestação evolutiva.

A prática do hipnotismo provoca a negação da consciencia  durante a fase hipnótica e, as vezes, até na post-hipnótica. Logo, sejam quais forem as razões invocadas, o hipnotismo é uma prática contrária ao fim a que se destina a Criação e, portanto, não deve ser praticada.

Resta esperar, agora que os homens que trabalham sob o nome da ciencia se cansem de seu desvario materialista ou esperar, ainda, que os precursores que trabalham atualmente no campo da parapsicologia atinjam uma idade adulta e, então - a Religião, a Ciencia e as Artes englobadas na Filosofia andarão de novo de mãos dadas e uma nova era de ouro, para os humanos, surgirá.

Referência Bibliográfica:

FIGUEIREDO, Paulo Henrique de. Mesmer, a ciência negada e os textos escondidos. Bragança Paulista (SP): Lachâtre, 2005.

PRIMO, Pedro Carlos - Psiquiatra, psicanalista e mestre em Saúde Mental, Ciências Humanas e Sociais pela  Universidade de León, Espanha. Psicoterapia e Seus Fundamentos Históricos


 

"Assim como existe um Fogo Vital universal ou macrocósmico (chamado Espírito de Vida, o qual é o Princípio Crístico), também há um magnetismo macrocósmico visível à visão etérica, como uma espécie de chuva que parece cair em linhas inclinadas, em direção à Terra. Muitas pessoas têm visto esta queda de força cósmica sem compreender o que viram. Não é o mesmo que os "raios cósmicos" da ciência moderna, embora, desde que o Sol é uma estrela e as estrelas são todas sóis, não há razão para supor-se que este "éter solar" não incluiria forças emanadas de estrelas distantes e nebulosas, assim como vindas do nosso Sol. Tanto a matéria como a luz causam fenômenos eletromagnéticos; assim também faz a "vida", conforme os biólogos estão atualmente descobrindo. A chamada "força sexual" é "gerada" no Éter de Vida, enquanto a força cósmica ou solar precipita-se através do baço.

A chuva cósmica magnética é incolor, como a água; e como a chuva consiste de gotas separadas de água, assim também esta chuva magnética consiste de unidades separadas de força. Além do mais, tem afinidade pela, água, e Mesmer descobriu que os oceanos estão carregados com o que ele designou como magnetismo solar, e assim estão também os lagos, rios e correntes. O corpo humano, altamente magnético, revela sua origem nos mares primitivos, pelo fato de que ele é mais do que 80% água. Mesmer disse também que o Sol é um grande magneto – o que está sendo constatado pela moderna astronomia. (Frontiers of Astronomy, Hoyle)."

- The Rosicrucian Fellowship


PÁGINAS RELACIONADAS EM NOSSO SITE

 A Visão Etérica e o que revela

Mesmer's 27 Propositions

Memoires de Mesmer Digitalized copy of Mesmer's memoirs written by himself (original version - in French)

Perigos do Hipnotismo

 

Mesmer's 27 Propositions (Via archive.org)

Pictorial web-exhibit based on a handful of works from the Bakken’s extensive collection of books, pamphlets, manuscripts, and journals documenting the mesmerist movement.

Memoires de Mesmer digitalized copy of Mesmer's memoirs written by himself (original version - in French)

Deleuze's account of Mesmer's experiments

http://www.christianrosenkreuz.com.br/livrosonline/Visao_Eterica/ve3.htm.

Franz Mesmer. From Wikipedia, the free encyclopedia


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