Segunda Parte

ENFERMIDADE

 

CAPÍTULO IV

CAUSAS GERAIS DA ENFERMIDADE

 

Introdução

A enfermidade é realmente um fogo, o FOGO INVISIVEL que é o PAI, tentando desintegrar as cristalizações que formamos no nosso corpo. Reconhecemos facilmente que a febre possa ser fogo, mas a verdade é que os tumores, o câncer e todas as demais enfermidades também são efeitos desse fogo invisível, que se esforça por purificar o sistema e libertá-lo das condições que criamos ao violar as leis da Natureza.

Podemos dizer que a enfermidade é uma manifestação da ignorância, o único pecado, e que a cura é uma demonstração do conhecimento aplicado, que é a única salvação. Cristo é a incorporação do Princípio de Sabedoria e, na mesma proporção em que o Cristo se forme em nós, alcançaremos a saúde. Por conseguinte, a pessoa que cura deve ser espiritualizada e deve procurar infundir em seu paciente elevados ideais, para que gradualmente aprenda a se conformar com as leis de Deus que governam o Universo, alcançando assim saúde permanente na vida atual bem como nas futuras.

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O Antigo Testamento começa com o relato de como o homem foi desviado pela falsa luz dos Espíritos Lucíferos, o que foi a causa de todas as tristezas e sofrimentos que há no mundo e termina com a promessa de que o Sol da Retidão surgirá com a cura em suas asas. No Novo Testamento encontramos o Sol da Retidão a verdadeira luz que veio salvar o Mundo e o primeiro fato que se relata a respeito dele é que Ele é de Concepção Imaculada.

Pois bem, este ponto deve ser compreendido plenamente. Foram as paixões despertadas por Lúcifer que trouxeram a dor, o pecado e o sofrimento ao mundo. Quando o poder criador é empregado apenas para gratificar os sentidos, seja em vício solitário, seja em companhia, com ou sem matrimônio legal, esse pecado não pode ser perdoado e deve ser expiado. A Humanidade está atualmente sofrendo as conseqüências desse pecado. Os corpos debilitados, as enfermidades que vemos a nosso redor, foram causados por séculos de abusos e, até que aprendamos a subjugar nossas paixões, não poderá existir verdadeira saúde na espécie humana.

Antes da impregnação do corpo de desejos por este princípio demoníaco, a concepção era imaculada, constituía um verdadeiro sacramento. Os homens andavam na presença dos Anjos, puros e sem se envergonharem. O ato da fertilização era tão casto como o da flor. Por conseguinte, logo que se cometeu o primeiro erro, o mensageiro ou Anjo pôs nos homens uma cinta de folhas para imprimir neles o ideal que teriam que aprender a viver, semelhantemente às plantas. Quando pudermos realizar o ato da fecundação de forma pura, não apenas passional, como o realizam as plantas, se produzirá a concepção imaculada e poderá então nascer o Cristo interno em cada um de nós, curar todos os sofrimentos da humanidade, capaz de vencer a morte e estabelecer a imortalidade, uma luz verdadeira para guiar a humanidade para longe do fogo-fátuo da paixão, mediante o sacrifício mesmo pela compaixão.

Este é pois o grande ideal pelo qual estamos lutando: purificar-nos de todo egoísmo e interesse pessoal. Daí contemplarmos o emblema da Rosacruz como um Ideal. As sete rosas vermelhas representam o sangue purificado; a rosa branca mostra a pureza da vida e a estrela de raios dourados simboliza a inestimável influência sobre a saúde, o auxílio e a elevação espiritual que todo servo da humanidade irradia.

Até que a vida do Cristo nos ilumine do interior, não poderemos compreender nem seguir as leis da Natureza e, por conseguinte, contrairemos enfermidades por nossa violação ignorante dessas leis. Empregando as palavras de Emerson, podemos dizer que uma pessoa enferma é um velhaco no ato de ser apanhado em flagrante violação as leis da Natureza. Por esta razão é necessário que o Evangelho de Cristo seja pregado a todos; que cada um de nós aprenda a amar a Deus com todo o nosso coração e toda a nossa alma, e a nossos irmãos como a nós mesmos, porque todo o infortúnio do mundo, reconheçamo-lo ou não, provém de um só e único fato: o nosso egoísmo. Se as funções digestivas sofrem desordens, a que se deve? Não será por termos sobrecarregado o nosso organismo, por nos termos encolerizado e esgotado as nossas forças nervosas tentando obrigar a outros a servir os nossos fins egoístas, ou porque estamos ressentidos por não o termos conseguido? Em todos os casos se verá que o egoísmo é a causa primária de quase todas as enfermidades e que o egoísmo é o supremo pecado da ignorância.

Causas das desordens mentais

As debilidades que a humanidade sofre podem ser divididas em duas grandes classes: mentais e físicas. As perturbações mentais têm sua origem particularmente no abuso das funções criadoras, quando são congênitas, com uma exceção que notaremos mais tarde. Ocorre o mesmo quando há perturbações na faculdade de falar. Isto é razoável e fácil de compreender. Os anjos construíram o cérebro e a laringe usando metade da energia criadora do homem, de tal maneira que o homem que antes da aquisição desses órgãos era bissexual e capaz de criar corpos por si mesmo à medida que foram se formando aqueles órgãos perdeu essa faculdade e tem que depender agora da cooperação de outra pessoa de sexo oposto para poder gerar um novo veículo para um Espírito renascente.

Quando empregamos a visão espiritual para contemplar um homem na Memória da Natureza durante o tempo em que um corpos estão se formando, observamos que onde agora existe um nervo, antes existia apenas uma corrente de desejos; que o próprio cérebro foi feito primeiro de substância de desejo, e assim também a laringe. Foi o desejo que lançou primeiramente um impulso motor através do cérebro e criou essas correntes nervosas para que o corpo pudesse se mover e obter, para o Espírito, a gratificação indicada pelo desejo. A linguagem também foi empregada para conseguir os objetos e realizar os propósitos desejados. Graças a essas faculdades o ser humano pôde conseguir certo domínio sobre o mundo e, se pudesse passar de um corpo para outro, o abuso dos seus poderes não teria fim, procurando a satisfação de todos os seus caprichos e desejos. Mas, sob a Lei de Conseqüências, leva consigo ao novo corpo as faculdades e os órgãos semelhantes aos que abandonou na vida precedente.

Quando a paixão arruinou um corpo em uma vida, essa experiência fica gravada no átomo-semente. No seu próximo renascimento, é impossível ao Ego reunir substância sã para formar um cérebro de construção estável. Então usualmente nasce sob um dos signos comuns e traz também os quatro signos comuns nos ângulos porque o desejo apaixonado encontra grande dificuldade em se exprimir através desses signos. Assim, o poderoso impulso que anteriormente governou o seu cérebro e que poderia ser utilizado para rejuvenescer, permanece ausente: o indivíduo carece então de incentivo na vida e se torna um desvalido - um pedaço de madeira no oceano da vida - às vezes um insano.

Mas o Espírito não é insano: vê, sabe e tem grande desejo de utilizar o corpo, embora isso seja impossível pois, às vezes, não pode sequer enviar um impulso adequado pelos nervos. Então os músculos do rosto e do corpo não estão sob o controle da vontade. Isso explica a falta de coordenação que faz do descontrolado um espetáculo tão triste. E é assim que o Espírito aprende uma das lições mais duras da vida, isto é, que pior do que a morte é estar preso a um corpo vivo e ser incapaz de se expressar por ele, porque a força do desejo necessária para realizar as funções do pensamento, da linguagem e do movimento, foram dilapidadas de forma indevida em sua vida anterior, deixando o Espírito sem a energia necessária para fazer funcionar o seu atual instrumento corporal.

Embora as afecções mentais, quando congênitas, tenham por causa geral o abuso das funções criadoras em vida passada, existe uma exceção notável a esta regra: quando um Espírito que tem uma vida especialmente dura diante de si, desce para renascer, e ao entrar na matriz sente ou percebe o panorama da vida que vai começar, e considera essa existência como demasiado dura para ser suportada, trata, às vezes, de fugir da escola da vida. Mas como nessa ocasião os Anjos Relatores já fizeram a conexão entre o corpo vital e os centros dos sentidos no cérebro do feto em formação, o esforço do Espírito para escapar do útero de sua mãe é frustrado e o puxão que o Ego dá, desajusta a conexão entre os centros sensoriais físicos e os etéricos, de maneira que o corpo vital já não fica concêntrico com o corpo físico, fazendo assim com que cabeça etérea saia do crânio físico. Então é impossível ao Espírito usar seu veículo denso, encontrando-se ligado a um corpo sem mente, ficando praticamente perdida essa encorporação.

Existem também casos em que, mais tarde na vida, um grande choque faz com que o Espírito tente escapar com os veículos invisíveis. Como resultado, acontece um deslocamento semelhante entre os centros sensoriais etéreos e o cérebro, causando esse choque, desequilíbrios mentais. Quase todos temos uma sensação semelhante ao sofrermos um grande susto. Uma sensação como a algo procurasse escapar do corpo denso, isto é, os corpos vital e de desejos que são tão rápidos em sua ação, como um trem expresso comparado a um caracol, vêem e sentem o perigo antes que o medo tenha sido transmitido ao comparativamente inerte corpo físico, ao qual estão amarrados e que os impede de escapar em condições normais.

Mas, como dissemos, às vezes o susto e o choque são bastante fortes para lhes dar um impulso tal, que se desajustam os centros etéricos sensoriais. Isto ocorre mais freqüentemente com as pessoas nascidas em signos comuns que são os mais débeis do zodíaco. Mas, assim como um elástico depois de ter sido esticado excessivamente pode recuperar uma elasticidade relativa, assim também, nestes casos, é mais fácil restaurar as faculdades mentais do que os casos de insânia congênita, trazida de vidas passadas e causada por uma conexão ou ajuste inadequado.

Causas dos Distúrbios Físicos

Com relação às anormalidades físicas e às deformidades em geral, parece ser a regra que, assim como as indulgências físicas para com as nossas paixões atuam sobre os estados mentais, assim também o abuso dos poderes mentais em uma vida levam à invalidez física em uma existência posterior. Uma máxima oculta diz que: "uma mentira é ao mesmo tempo assassina e suicida no Mundo do Desejo". Os ensinos dos Irmãos Maiores, dados no Conceito Rosacruz do Cosmos, explicam que quando ocorre um acontecimento, certa forma mental gerada no mundo invisível faz o seu registro. Como conseqüência, cada vez que se comenta o dito acontecimento, criam-se novas formas mentais que se fundem com a original e a vigorizarn, sempre que ambas sejam verdadeiras e respondam à mesma vibração. Mas se é dita uma mentira com relação ao ocorrido, as vibrações do original e as da reprodução já não são idênticas: chocam-se entre si, desintegrando-se mutuamente. Se a forma mental boa e verdadeira é suficientemente forte, se sobreporá e vencerá as formas mentais baseadas na mentira e o bem vencerá o mal. Mas se os pensamentos falsos e maliciosos são mais fortes, podem vencer a verdadeira imagem mental do acontecimento e destruí-Ia. Mas tarde, por sua vez, se chocarão entre si e se aniquilarão mutuamente. No fim de contas, todas as coisas trabalham para o bem.

Assim pois, uma pessoa que leva uma vida pura e limpa tratando de obedecer as leis de Deus e lutando sinceramente por alcançar a verdade e a retidão, irá criando em torno de si formas mentais da mesma natureza. Sua mente terá pensamentos que a farão harmonizar-se com a verdade e quando chegar o momento, no Segundo Céu, de criar o arquétipo necessário para a sua próxima vida terrena, pôr-se-á, intuitivamente (graças ao hábito formado na vida anterior), em conexão com as forças do direito e da verdade. Estes padrões, sendo formados em seu novo corpo, criarão harmonia em seus veículos vindouros, do que resultará um perfeito estado de saúde. Por outro lado, aqueles que em sua vida passada tiveram uma visão deformada das coisas e afastaram-se da verdade entregando-se totalmente ao egoísmo e à astúcia e desconsiderando o bem estar dos demais, condenam-se a ter que ver as coisas no Segundo Céu da mesma forma oblíqua, já que esse é seu hábito mental normal. Portanto, o arquétipo por eles formado será uma encorporação de erro e falsidade e, por conseguinte, quando o corpo for levado a nascer demonstrará muitas debilidades e falhas em diversos órgãos, ou talvez em toda a sua organização física.

De novo prevenimos os estudantes que não tirem conclusões prematuras destas generalizações. Não queremos dizer, absolutamente, que todo aquele que tenha um corpo são e cheio de saúde tenha sido um modelo de virtudes em sua vida passada, nem que aquele que sofre de alguma incapacidade tenha sido um pecador ou um inútil. Nenhum de nós se encontra atualmente em condições de dizer "a verdade e nada mais que a verdade". Somos enganados porque nossos sentidos são ilusivos. Uma rua larga parece estreitar-se ao longe, quando, na realidade, continua com a mesma largura uma milha além do lugar em que nós estamos. O Sol e a Luz parecem muito maiores quando estão próximos do horizonte do que quando se encontram no zênite mas, na realidade, sabemos que não aumentam de tamanho ao descerem para o horizonte nem o perdem ao subirem para o meridiano. Assim, pois, temos que corrigir, constantemente, as ilusões dos sentidos e o mesmo temos que fazer com todas as outras coisas. O que parece verdade, nem sempre o é, e o que hoje é verdade acerca das condições da vida, pode mudar amanhã. Portanto, é impossível para nós conhecermos a verdade absoluta, nas condições ilusórias e evanescentes da vida física.

Só quando penetramos nos reinos superiores, especialmente na Região do Pensamento Concreto, nos é dado perceber as verdades eternas. Daí cometermos tantos erros uma e outra vez, apesar dos nossos mais denotados esforços para conhecer e revelar a verdade. Por este motivo é impossível para nós construirmos uma série de veículos perfeitamente harmoniosos. Se isso fosse possível nosso corpo seria realmente imortal e bem sabemos que a imortalidade na carne não é desígnio de Deus. São Paulo diz que "a carne e o sangue não herdarão o Reino de Deus".

Mas sabemos que mesmo hoje em dia há somente um número pequeno de pessoas que já estão prontas para viver tão próximas da verdade como elas vêem, confessando-a e professando-a ante os demais seres humanos, mediante uma vida de serviço, de retidão e um viver inofensivo. Podemos compreender perfeitamente que esses poucos devem ter sido realmente "muito poucos" nos dias passados, quando o homem não tinha ainda desenvolvido o altruísmo que só apareceu neste planeta com o advento de nosso Senhor e Salvador Cristo Jesus. As normas da moral eram então muito inferiores às atuais e o amor à verdade quase desconhecido da maior parte da humanidade que estava absorvida pela tarefa de acumular tantas riquezas quantas pudesse, ou adquirir poder e prestígio na medida possível. Por esse motivo os seres humanos sentiam-se naturalmente inclinados a desconsiderar os interesses dos demais e dizer uma mentira não parecia ser repreensível, sendo, algumas vezes considerado até meritório. Os arquétipos estavam cheios de debilidades de toda espécie e, como resultado disso, as funções do corpo atualmente estão muito obstruídas, particularmente nos corpos dos ocidentais, que são os que se estão convertendo em organismos mais sensíveis à dor, devido ao crescimento da consciência do Espírito.

 

 

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Capítulo V - Causas Específicas da Enfermidade

 


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