Entrevista com Eduardo Aroso

Cantata de D. Pedro e de D. Inês


Compositor Eduardo Aroso

Poesia Miguel Torga




Eduardo Aroso compôs uma Cantata dedicada ao romance de Pedro e Inês com a poesia de Miguel Torga que iniciou a nossa aventura nas Lágrimas de Paixão. Sendo um músico e poeta de Coimbra, não poderíamos deixar de incluir no nosso Blogue!


Eduardo Aroso Eduardo Aroso nasceu em 1952, em Coimbra. Professor de Educação Musical, em cuja actividade se reparte pela didáctica da música e da composição, tendo feito, durante alguns anos, formação de professores do 1º ciclo do ensino básico. Foi regente do Coro de Professores de Coimbra e co-fundador da Academia Monteverdi e da Tertúlia do Fado de Coimbra.

A sua biografia e a sua obra podem ser consultadasneste endereço!
http://www.triplov.com/espirito/aroso/index.htm

O professor Aroso enviou-nos esta poesia dedicada a D. Inês, já publicada em livro.

MEMÓRIA

Inês, Inês,
O tempo fere mais que o sangue!
Inês em nós,
Amor que as pedras amacia.
Memória, lume vivo,
Eterna melodia.
Águas do Mondego,
Que grito fatal vos rasgou o leito?!
Amor nascido sem medo,
Por isso verdadeiro.
Doces no passar ameno,
Madrigais de silêncio,
Soluços de nunca mais
Despertando ervas frias,
Testemunhas de punhais.


Eduardo Aroso
In «Habitante Sensível»
(Universitária Editora, 1997)


Pedimos a Eduardo Aroso o favor de nos responder às perguntas que se seguem. Considerávamos muito importante o seu testemunho relativamente ao romance de Pedro e Inês e sabem? Já temos a entrevista on-line para lerem e continuarem a aprender mais sobre este assunto que continuará a fascinar portugueses e não só até à Eternidade! Queremos agradecer a disponibilidade e a rapidez com que respondeu às nossas perguntas. Muito obrigado!

ELP - Por que razão escreveu a Cantata dedicada a Pedro e Inês?
Antes de mais, por ser um tema coimbrão e por ser - em minha opinião – um tema que em Coimbra deveria ser tratado de um modo mais profundo. Explico-me melhor: não basta abordá-lo num plano “para turista ver”, ou no contexto literário e histórico, que é bom, e muitas grandes obras tem dado, mas ainda insuficiente para mim. É preciso uma abordagem diria filosófica e de reflexão profunda num contexto verdadeiramente português.
EA -
O poeta escolhido para a cantata foi Miguel Torga. Foi pelo facto do escritor viver em Coimbra ou existiu outra razão oculta para essa escolha?
O poema de Miguel Torga que faz parte do livro «Poemas Ibéricos» (obra notável do poeta) é muito interessante porque fala também de Romeu e Julieta, e onde o autor compara Pedro e Inês às duas personagens da célebre obra de Shakespeare. Por outro lado, sempre achei estranho que, tanto quanto sei, nenhum músico de Coimbra tenha musicado este poema. Atrevi-me eu. Melhor ou pior, a obra fez-se no ano (2008) do Centenário do poeta, e em estreia absoluta em Coimbra, cantada pelo Choral Poliphonico de Coimbra, em espectáculo partilhado pelo grupo Quatro Elementos, do qual faço parte.
Infelizmente assistiram poucas pessoas ao programa.
ELP -
Tem mais obras sobre D. Inês e D. Pedro? (Além do poema que já colocámos no Blogue)
EA -
Sim, tenho mais uns dois poemas, uma balada de Coimbra (com acompanhamento de guitarra portuguesa e da chamada “viola”. Neste momento estou a iniciar uma suite para canto (lírico) e acompanhamento de guitarra clássica. Numa perspectiva filosófica ou de reflexão sobre Portugal, tenho um ensaio que foi publicado numa revista do Porto, Teoremas de Filosofia, dirigida por Joaquim Domingues.
ELP -
Qual a importância, na sua opinião, desta história de amor trágico para si, para Coimbra e para o mundo?
EA - A história de Pedro e Inês chega a superar Tristão e Isolda e Romeu e Julieta. Há algumas razões, as quais aqui não é possível abordar por falta de espaço. Passo a dizer só esta e muito resumida: intrigas palacianas sempre as houve em todos os tempos, com escaramuças, traições, mortes. Mas por que é que esta nossa singular história portuguesa ficou universal e muitas outras não? É que Inês, depois de morta é rainha. À primeira vista parece trágico tentar coroar um corpo morto. A verdade é que não era o corpo – esse estava morto e já não servia para nada – mas o AMOR é que era COROADO. O AMOR VENCEU. O que aparentemente é trágico é um fruto do amor.
Portanto, rainha que foi rainha depois de morta, só conheço o caso de Inês. Fico-me por aqui…
ELP -
Quer acrescentar mais alguma informação que considere útil para o nosso trabalho?
EA -
Eu não gostaria de mencionar o seguinte facto, porque é triste constatar que nem sempre os “filhos de Coimbra” são acarinhados no que fazem. Mas devo fazê-lo para ser justo comigo e penso que em abono da cultura.
Quem – em minha opinião – melhor reflectiu e escreveu sobre a importância de Pedro e Inês no pensamento português, foi Afonso Botelho, que nasceu em Bencanta, a dois passos de Santa Clara, e que teve que ir publicar a obra fora da cidade. É claro que a história de Pedro e Inês é universal. Escritores de vários países do mundo escreveram e escrevem ainda sobre este tema.
ELP -
Agradecemos muito a sua disponibilidade e rapidez a responder a estas questões. Esperamos que goste de visitar o nosso blogue!
EA - Eu é que agradeço a vossa simpatia de convidar-me para falar desta história que é inesgotável. Felicidades para o vosso trabalho e que o blog fique cada dia mais bonito e completo.

EA - Eduardo Aroso

ELP - Equipa Lágrimas de Paixão

 

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