Ciência e Religião

Elsa M. Glover, PhD.


 X. A conduta animal

 

      Quando os animais encontram um problema novo que nem eles nem outros animais congêneres tenham previamente enfrentado, mostram, em geral, pouca ou nenhuma capacidade de raciocínio para encontrar uma solução e se limitam a realizar muitos movimentos na esperança de chegar a algo que funcione. Sem dúvida, os animais estão freqüentemente de posse de padrões de conduta, com que solucionam seus problemas cotidianos, de tal complexidade, que torna difícil para os cientistas materialistas determinar como o animal, sem mente, pode chegar a adquirir tais padrões de conduta. Por exemplo, há uma espécie de aranha que consegue comida construindo uma teia elástica, puxando-a do centro para dar a forma de um cone e soltando-a, quando um inseto voa próximo, de modo a que a teia dispare e capture o inseto (John Paul Scott, La conducta animal, pg. 166).

       A lontra marinha, que habita na costa oeste da América do Norte, submerge-se em busca de mexilhões, moluscos e lagostas. Quando volta à superfície com um desses, sobe com uma pedra plana. A lontra flutua então de costas sobre a água, colocando a pedra sobre seu peito, imobiliza a presa com suas garras e a esmaga contra a pedra até que a concha de sua presa se rompa (Ibidem, pg. 167).

      Alguns cientistas materialistas teorizam que, no passado, alguma aranha ou lontra depararam-se com esses padrões de conduta "por acaso" e logo os mantiveram por achá-los benéficos. A descendência e outros indivíduos próximos a essa aranha ou lontra poderiam ter aprendido, por imitação, tal conduta. Existem, sem dúvida, alguns padrões complexos que todos os animais de uma espécie levam a cabo mesmo sem ter observado previamente  outros membros  de sua espécie. Por exemplo, a ameba é um animal unicelular sem órgãos sensoriais e, por conseguinte, não tem meios para observar outras amebas. Não obstante, todas as amebas se servem dos mesmos procedimentos "inteligentes" para capturar comida. Se a presa está em movimento e, portanto, é possível que escape, a ameba flutua próximo e a abraça com folga, sem tocá-la, para não alertá-la prematuramente.  Ao contrário, uma presa imóvel será estreitamente cercada. Se a presa se move normalmente em um plano horizontal, a ameba a rodeará primeiro nesse plano e logo cortará as vias de escape verticais (Margaret F. Washburn, La mente animal, p. 39).

            Alguns tentilhões foram separados dos demais recém nascidos e criados em cativeiro. Se não eram expostos ao céu noturno em uma tenra idade, ignoravam em que direção viajar no outono. Se eram expostos ao céu noturno ou mesmo ao céu artificial de um planetário em uma tenra idade, então eram perfeitamente capazes de tomar o caminho do sul no momento da migração de outono (Scott,  pág. 238-239). Como os tentilhões são capazes de encontrar o caminho do sul, inclusive sem a ajuda de outros pássaros, continua a ser um mistério para os cientistas materialistas.

            Outro exemplo marcante de um padrão de conduta complexo que os membros de uma espécie levam a cabo sem haver observado  outros animais é a construção de ninhos pela galinha que vive nos eucaliptos da Austrália. O macho escava um buraco na areia ao final do inverno, preenche-o com vegetação e o cobre com um montículo de areia. A putrefação dos vegetais esquenta a areia e a fêmea chega ao montículo, se agacha e põe um grande ovo aproximadamente uma vez por semana. O macho cobre cada ovo com areia, visita o montículo diariamente, destapa o ninho e mede a temperatura introduzindo seu bico aberto na areia. Se esta se aquece demasiado, o pássaro abre o ninho pela manhã bem cedo e joga areia fria dentro do mesmo. À medida que avança o verão, a vegetação decai e irradia menos calor, e então o pássaro amontoa cada vez mais areia para proporcionar calor. Durante o outono, o solo começa a resfriar-se e a ave mantém o ninho quente, abrindo-o ao meio dia, jogando dentro areia aquecida pela luz solar. Desta forma, a ave é capaz de manter o ninho a uma temperatura relativamente constante de uns 33º centígrados durante o largo período de incubação. A galinha que vive nos eucaliptos pode construir um montículo de areia de quinze metros de diâmetro por um metro de altura no processo de incubação e remover uma boa parte dele diariamente. Quando os pintinhos saem da casca, abrem caminho através de 60 ou 90 cm de areia, abandonam o ninho e entram na mata em busca de comida. Não permanecem nos arredores  para observar as atividades de seus pais e, não obstante, quando os machos crescem, levam a cabo as mesmas atividades de seus pais. (Scott, pág. 271-273).

            Os clarividentes podem ver uma parte da realidade que os cientistas materialistas não percebem e, dessa maneira, eles podem proporcionar informação acerca da origem da sabedoria animal que tanto confunde os cientistas. Segundo os clarividentes, cada animal tem um espírito individual. Os clarividentes estão de acordo com os cientistas materialistas que os espíritos  animais não desenvolveram o pensamento e a capacidade de resolver problemas. Os clarividentes percebem, além disso, que um arcanjo está associado a cada espécie ou raça animal. O arcanjo da espécie está unido a cada membro da mesma por meio de um cordão prateado, composto de matéria do Mundo do Pensamento. Através deste cordão, o arcanjo pode enviar ordens ao animal acerca do que deve fazer em uma dada circunstância. O arcanjo está em contato com a sabedoria cósmica e, portanto, pode estabelecer padrões de conduta que incorporem sabedoria para os animais a seu cargo.

            É o arcanjo responsável pelas aranhas que as guia na construção e uso de suas inteligentes teias de aranha. É o arcanjo responsável pelas lontras marinhas que as guia no uso de pedras para romper as conchas dos mexilhões. É o arcanjo responsável pelas amebas que as guia na captura de sua comida. É o arcanjo responsável pelos tentilhões que os ajuda a determinar em que direção voar mediante a observação das estrelas. É o arcanjo responsável das galinhas que vivem nos eucaliptos que as guia na construção e cuidado de seus ninhos.

            O arcanjo de cada espécie desenhou os padrões de ação para a espécie atendendo a seu bem-estar. Às vezes, os indivíduos de uma espécie podem encontrar-se em circunstâncias não usuais para as quais o padrão geral de resposta não serve. Então os indivíduos necessitariam aprender respostas especializadas. Se um animal come um alimento em particular que lhe produz uma reação desagradável, esse animal individual aprenderá a manter-se afastado dessa comida. O guia dos arcanjos não impede ou evita a necessidade de aprendizagem individual dos animais.

            Uma ilustração interessante da aprendizagem individual dos animais é proporcionada pela observação da gralha, um pássaro da família dos corvos. Uma gralha inexperiente construindo seu primeiro ninho recolhe inicialmente qualquer coisa, incluindo pedaços de gelo, bulbos de pouco peso e pequenos ramos inservíveis. A gralha tenta imbricar um material novo nos que já formam o ninho. Se não pode encaixá-lo, o descarta. Os tipos de materiais que tenham sido descartados uma vez já não são mais recolhidos. A maioria das gralhas terminam por tornarem-se especialistas, recolhendo pequenos ramos de somente uma espécie de árvore que produza um material especialmente bom para seu ninho. (John Alcock, Conducta animal, pág. 135-137).

            Um menino pequeno necessita o cuidado de seus pais para assegurar a obtenção do necessário para viver e mantê-lo fora de perigo. Durante os anos sob o cuidado dos pais, o menino está crescendo, desenvolvendo suas próprias habilidades e aprendendo sobre o mundo de forma a ser capaz no momento de cuidar-se de si mesmo. Similarmente, nas eras em que os animais são guiados pelos arcanjos, os animais também estão desenvolvendo suas capacidades de maneira que, no momento oportuno, deixarão atrás a necessidade de serem dirigidos pelos arcanjos. Os clarividentes percebem que os espíritos animais não são essencialmente diferentes dos espíritos humanos. Os espíritos animais são simplesmente menos evoluídos. Os animais são, pois, verdadeiramente "nossos irmãos" e merecem nosso respeito e compaixão.

 


REFERÊNCIAS

Alcock, John. Animal Behavior. Sunderland, Mass.: Sinauer, 1975.

Scott,  John Paul. Animal Behavior. Chicago, Ill.: University of Chicago Press, 1962.

Washburn, Margaret F. The Animal Mind. New York: Macmillan, 1926.

 

Cap. XI:  A Personalidade

 

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