Ciência e Religião

Elsa M. Glover, PhD.


XII. Os defeitos congênitos

 

O processo físico mediante o qual se gera uma criança é bastante complexo. O corpo humano se compõe de unidades estruturais denominadas células. Cada célula contém uma parte central chamada  núcleo, que está rodeada por citoplasma, por  sua vez envolto por uma parede. No núcleo, há genes que contêm os padrões codificados segundo os quais são construídas as diferentes proteínas do corpo. Esses genes se unem em cadeias chamadas de cromossomos. Quando a descendência é gerada, os cromossomos de uma célula devem duplicar-se. Os ditos cromossomos duplicados vão logo a um espermatozóide ou a um óvulo. Um espermatozóide se une com um óvulo e a célula resultante começa logo a dividir-se e o embrião começa a crescer.

 Se um ou ambos os pais possuem genes defeituosos e se os genes do progenitor estão nessa metade que é transmitida ao espermatozóide e ao óvulo, então o bebê terá genes defeituosos e poderá sofrer defeitos estruturais ou funcionais em seu corpo. Tanto no processo de duplicação e separação que produz espermatozóides e óvulos como no desenvolvimento inicial do feto, se um gene não se duplica adequadamente, ou se é perdida uma porção do cromossomo, ou se os cromossomos se rompem e se re-ordenam de um modo inadequado, ou se são transferidos para o espermatozóide ou para o óvulo demasiados cromossomos ou muito poucos, em todos esses casos podem manifestar-se defeitos estruturais ou funcionais no corpo.

            Até onde podemos saber, sempre houve, através dos tempos, em níveis baixos, radiações cósmicas com poder de produzir mutações genéticas e cromossômicas. Além disso, infecções viróticas que podem induzir mutações, como o vírus do sarampo, têm estado conosco há bastante tempo. A humanidade introduziu, sem dúvida, vários novos fatores em seu meio ambiente que podem aumentar significativamente o número de mutações. Foi demonstrado que as radiações de alta energia produzidas pelos aparelhos de raios X ou materiais radioativos ou telas de vídeo, alguns produtos químicos (gás mostarda, formaldeidos, dioxanos, cafeína, o fumo do tabaco, álcool, herbicidas, tinturas cáusticas, epóxidos, etil-uretana, fenóis, cloreto de manganês, bromo-uracila) e algumas drogas (LSD, dietiletilbestrol, aspirina, hormônios) aumentam o número de mutações. A mãe gestante é quem em geral deve evitar esses agentes mutágenos, mas, em alguns casos, a mutação pode originar-se no pai. Demonstrou-se que os soldados que estavam encarregados da tarefa de espargir herbicidas no Vietnam procriaram um número inusitadamente elevado de crianças com malformações quando regressaram para junto de suas esposas nos Estados Unidos.

            Os clarividentes vêem que muitos defeitos congênitos têm sua origem em uma vida anterior. Max Heindel afirma (O Véu do Destino) que, quando a força criadora é desperdiçada em uma vida para a satisfação das paixões, há então uma escassez de força criadora disponível para a construção do cérebro, sistema nervoso e laringe na vida seguinte. Desta forma, pode ser que o Ego nasça em um corpo com defeitos mentais, do sistema nervoso ou da fala. O materialismo em uma vida pode conduzir à construção de um corpo na vida seguinte no qual as partes brandas estejam endurecidas e partes que deveriam ser duras estejam abrandadas. Fazer caso omisso da verdade reiteradamente de modo a servir aos próprios desejos egoístas em uma vida pode conduzir a um desajuste entre o Ego e as forças da verdade, quando o arquétipo do corpo físico para a próxima vida esteja sendo formado. Isso pode conduzir a uma malformação do arquétipo e, por conseguinte, malformação do corpo na vida próxima. Aqueles que não conseguem fazer um uso apropriado de seus sentidos em uma vida, que tratam de isolar-se do mundo a seu redor, que ignoram os gritos de ajuda ou a oportunidade de ver as condições e necessidades de outros podem sofrer deficiências auditivas ou visuais em sua próxima vida.

            Os clarividentes, além disso, vêem alguns defeitos congênitos que não são devidos a ações em uma vida anterior. Alguns Egos podem não ter feito nada particularmente errôneo, porém, talvez necessitem concentrar-se no desenvolvimento de certos poderes da alma e habitar um corpo com certas limitações pode ajudar-lhes a centrar seus esforços no desenvolvimento desses poderes da alma enquanto lutam para superar ditas limitações. Alguns Egos podem encontrar-se no processo de reestruturar um órgão em particular e pode ser que nos estados de transição esse órgão não funcione bem. Esta é a origem de alguns dos problemas oculares que pessoas sofrem, já que o olho está em processo de reestruturação para que, em vez de receber raios refletidos e formar uma imagem na retina, o chamado ponto cego seja sensibilizado e as pessoas passem a enxergar desde o interior do olho, vendo diretamente o objeto em si, de fora e de dentro ao mesmo tempo. Imediatamente antes de um Ego entrar em um feto, contempla um panorama da vida próxima. Se o Ego vê que uma vida particularmente difícil lhe está reservada, é tomado de pânico e trata de escapar do ventre materno, podendo causar uma desconexão parcial entre os centros sensoriais do corpo etéreo e do corpo denso, de forma que a cabeça etérea se estenda sobre a física. Assim, pois, o espírito não pode entrar no corpo e controlá-lo. Um retardamento mental sobrevém.

            O cientista materialista vê os defeitos congênitos como o resultado da hereditariedade, dos fatores ambientais e do "azar" (o qual determina que genes receberão os descendentes de cada progenitor e que genes e cromossomos serão influenciados por fatores ambientais). O clarividente vê os defeitos congênitos como o resultado de ações passadas e necessidades presentes de desenvolvimento anímico por parte do Ego que renasce. Estes dois pontos de vista podem ser aproximados se se reconhece que aqueles eventos atribuídos ao "azar" são, de fato, controlados inteligentemente. Poderíamos ter, então, o seguinte quadro unificado: um Ego, devido a ações passadas ou a necessidades presentes de desenvolvimento anímico, precisa habitar um corpo com certas limitações. Os Anjos do Destino encontram para este Ego uns pais que podem proporcionar genes e estruturas cromossômicas adequadas. Os Anjos do Destino supervisionam o processo de replicação para assegurar que seja obtido de cada um dos pais o jogo de genes apropriados e que esses genes sejam (se for necessário) mudados, segundo as necessidades do Ego reencarnante. Este quadro resulta certo nos casos em que sucedam mutações "naturais". Quando os seres humanos introduzem agentes mutágenos em seu meio ambiente, já não se dá a situação natural. O homem recebeu o livre arbítrio e tem o poder de fazer coisas daninhas para ele e para os outros. Quando o homem introduz agentes mutágenos em seu meio ambiente, pode estar iniciando uma cadeia de causa e efeito. Pode estar causando malformação e disfunção de corpos que, de outra maneira, teriam sido completos. Em tais casos, estão se acumulando dívidas que necessitarão ser saldadas em um tempo futuro.

 

Cap. XIII: A Alimentação com carne


REFERÊNCIAS:

Heindel, Max. O Véu do Destino. Oceanside, Cal.: The Rosicrucian Fellowship, 1928.

 

 

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