ATENÇÃO E ESPIRITUALIDADE

ESPIRITUALISMO – CIÊNCIA

Atenção e Espiritualidade

Atenção é uma palavra que frequentemente empregamos sem pensar na profundeza de seu significado e na importância do seu uso em nossa vida espiritual. Todos os nossos exercícios, nesse setor, dependem dela. Se atentarmos para todos os atos de nossa vida diária, a retrospecção se tornará fácil, prática essa que muitos estudantes antigos consideram quase insuperável.

Faremos um estudo da atenção, do ponto de vista psicológico, a fim de esclarecer seu mecanismo, tornando-nos aptos a cultivá-la e, apoiados nela, conseguirmos maior êxito, não só na vida diária como também na vida espiritual.

Atenção é o mecanismo pelo qual nossa consciência se põe em condições de receber qualquer estímulo interno ou externo. Para que haja atenção, são necessárias condições somáticas ou corporais e psicológicas ou psíquicas.

As condições somáticas ou corporais dependem de boa plasticidade cerebral para a qual se torna indispensável a boa circulação sanguínea, o bom estado físico, a ausência da fadiga, de intoxicação e a existência de higidez corpórea. Os estados degenerativos cerebrais afetam o mecanismo da atenção.

As condições psicológicas ou psíquicas podem ser objetivas ou subjetivas. São objetivas quando se referem à intensidade do estímulo, sua duração, novidade ou variedade. São subjetivas quando envolvem interesse afetivo ou lógico, hábito ou agrado.

A atenção normal chama-se euprozexia. Os distúrbios da atenção denominam-se: hipoprozexia, quando há diminuição; aprozexia, quando há ausência; hiperprozexia, quando há aumento e paraprozexia, quando há outras anomalias.

A distração, a abstração, a concentração, a meditação, a interiorização, a dispersão e a reflexão correspondem a modalidades de atenção em que a mesma pode estar enfraquecida ou fortalecida, conforme as circunstâncias.

A atenção pode ser espontânea e voluntária. No primeiro caso, ela independe da vontade. Uma novidade que vemos na rua, uma notícia de jornal ou qualquer acontecimento fora do comum desperta-nos espontaneamente a atenção. Uma leitura, uma aula, a solução de um problema ou qualquer coisa que nos determinemos a fazer reclama nossa atenção voluntária.

É esta espécie de atenção que mais interessa aos espiritualistas, porque dela dependemos para alcançar o êxito em nossos trabalhos. É o poder de conservar um objeto na mente, até que ela o tenha examinado completamente, que tem caracterizado os seres superiores: os homens de gênio, os inventores e os grandes espiritualistas.

Precisamos dirigir a atenção, tendo em vista nosso adiantamento, não só no que se refere aos assuntos externos, como também nos exercícios de retrospecção, concentração e meditação. Assim procedendo, desenvolveremos qualidades positivas e poderemos neutralizar os maus pensamentos.

A mente não educada encontra dificuldade em concentrar-se, uma vez que não pode focalizar a atenção. Esta é despertada pelo interesse e diminui em qualidade e intensidade à proporção que o mesmo decresce.

Não podemos fixar a atenção por tempo demasiado longo pois surge o cansaço mental, com as conseqüências naturais de sonolência e distração. Uma vez que nos permitamos um período de repouso, novamente a atenção retomará seu primitivo vigor.

No caminho da espiritualidade, precisamos dedicar grande esforço à autodisciplina e ao desenvolvimento de qualidades que todos possuímos em estado latente. A atenção é uma delas e podemos praticá-la não só na vida diária como em nossas leituras e nossos estudos.

Mediante a atenção voltada para certas partes de nosso corpo, poderemos para elas dirigir a energia vital e encontrar a chave, tanto para a reconstrução da própria vida, como para a reconstrução humana, de modo geral, trabalho este que vem sendo realizado sob a orientação dos Irmãos Maiores.

- Dra. Ophelia Guimarães.

Fonte: Correio Rosacruz, novembro de 1959.

Documento Histórico

Edição do CORREIO ROSACRUZ divulgando um Ciclo de Conferências Públicas Rosacruzes. Na foto, palestrando, a Dra. Ophélia Guimarães, compondo a mesa com a Sra. Irene Gómez Ruggiero, ao centro, e o Sr. Roberto Ruggiero, a direita. Na coluna da equipe do Correio, a Dra. Ophélia Guimarães compõe com a Sra. Irene Gómez Rugiero, a equipe de redatores principais.

DRA. OPHELIA GUIMARÃES

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