PÉTALA V

 

ABSORTO NA NATUREZA

 

"Bacon diz que a Natureza e Deus diferem apenas como selo e o sinete. A Natureza é o símbolo visível de Deus, e nós, hoje em dia, estamos muito propensos a considerar a Natureza em um sentido materialista. Por trás de toda manifestação da Natureza há forças, não forças cegas mas inteligências que motivam a ação."

- Max Heindel (1865-1919)

 

MATA ATLANTICA , BRASIL

 

 

NOTAS BREVES

 

Consciente que o Absoluto, o Deus Único e Uno, está em toda a parte, que a matéria é espírito cristalizado; que cada Logo Planetário é algo muito superior, meditemos sobre esta maravilha das maravilhas que é a Natureza.

Contemplemo-la com alguma reverência, não materialista, mas numa visão real, panzoísta, em que a Vida existe em todas as formas, incluindo no Espaço; investigamo-la, com as Suas Leis para melhor trabalhar e criar em sintonia com Elas, pois se não as cumprirmos, eis que Ela se revolta e perante as Suas Forças, somos umas formiguitas, pouco importa o lugar que se ocupe ou os valores materiais que possuamos, ou os guardas que tenhamos.

Quem é que não terá experimentado o contacto transcendente e benéfico com a mãe-natureza? Quem é que, junto ao mar, não se sentirá absorto e levado pela imaginação e pela meditação voará até às alturas ou mergulhará na busca das descobertas dos enigmas que ele encerra nas suas profundezas, como nós em nossa alma?

Cada qual tem as suas experiências, infelizmente, devido a diversos factores, miríades de seres humanos nesta vida jamais puderam observar o Oceano; muitos quase nem água têm para matar a sua sede, sob um calor tórrido do deserto.

Podemos escolher um recanto da Natureza; há muito por onde, uma floresta, com tudo o que ela encerra desde as irmãs árvores, ou os nossos humildes líquenes; os passaritos com os seus sublimes cânticos; o amor que as crias têm aos seus filhitos; um belo pomar; um jardim; o mar; um lago; um rio mais ou menos caudaloso; uma noite sem luar ou com a luz do nosso satélite; as formigas ou as abelhas trabalhando; e assim por diante.

Pela nossa parte, entre muitos locais onde conseguimos um bom e salutar contacto com a mãe Natureza, escolhemos uma mata em Portugal onde árvores centenárias erguiam os seus braços até aos céus, enquanto no solo pequenas flores silvestres que, no caso, estavam junto a nós, com a sua simplicidade de pequenas estrelas de cinco pétalas como a vida afinal se manifesta, muito ligada ao pentágono e uma zona encantadora da Baviera, Alemanha, perto da Gruta de Vénus, o 1º Acto da Ópera Tannhauser de Ricardo Wagner.

 

NUMA MATA, ALGURES EM PORTUGAL

Sempre que podemos vamos até esse local onde sentimos uma comunhão libertadora no contacto com a Natureza, na realidade com Deus.

Num belo dia, surgiu-nos uma questão: quem é o meu próximo?

Naquele momento eis que passa sobre nós uma linda rola que resolve poisar num ramo de um velho pinheiro, bastava ver quantos nós tinha de ramos já caídos e ainda os que faziam frondosa sombra, para sabermos a sua vetusta idade.

De um momento para o outro começa a entoar um ledo moteto! Olhámos, e ela olhou para nós. Seus cantos pareciam que expressavam gemidos, geme a rola, costuma-se dizer. Assim estivemos ouvindo a sua serenata, até que procurámos imitar os seus sons. Calou-se, olhando para nós, atenta; parecia que não estava de acordo...

Entretanto, chegou mais uma, era um casal. Como estávamos com nossa esposa, eis que sentimos que o próximo era não só a nossa amada como as irmãs rolas e as irmãs árvores e ainda as pequenas flores que no solo o cobriam com a sua beleza singela pentagonal como a vida se manifesta, muito ligada ao número 5, à proporção áurea.

Sim, quando estamos matando ou prejudicando as nossas irmãs aves, quando destruímos as nossas irmãs árvores, quando nem olhamos para a beleza das flores silvestres e em vez de contemplarmos a sua beleza, as espezinharmos, ou mais desgraçadamente incendiarmos as florestas, não tendo cuidado com o fumar, ou por outra negligência, e mais grave, por meio de actos criminosos, estamos ou não prejudicando o equilíbrio na Natureza? Estamos ou não matando - nos a nós mesmos? Perante a Lei da Causa e do Efeito é enorme a responsabilidade dos incendiários, à qual ninguém escapa.

O próximo abrange assim tudo o que tem vida e está perto de nós, numa visão panzoísta, como S. Francisco tão magistralmente nos  comunica em seus hinos.

O que temos feito?

Bem, andavam por este local uns trabalhadores que tinham ali sua casa prefabricada.

No dia seguinte, de novo fomos ao mesmo sítio, onde se sente além de uma atmosfera carregada de aromas vitalizantes, um ambiente algo mais etéreo, e qual o nosso espanto, a casa já não estava, e as rolas que eram uma companhia de alguns meses, tinham desaparecido!!!

O que terá sucedido?

Tão só os nossos irmãos abateram-nas!

Na realidade ou seguimos e já o regímen vegetariano ou os problemas ambientais vão aumentar com efeitos catastróficos.

Ou avançamos e já na agricultura biológica ou cada vez teremos mais problemas incluindo sobre a saúde, a nossa maior riqueza.

Bem, escusado será dizer que a tristeza nos invadiu. Tinham morto as nossas irmãs rolas; por sinal até estávamos no período em que a lei terrena permitia a sua caça, mas não naquele local.

Ficámos algo de luto.

Eis quando olhámos para o chão, baixámo-nos para melhor admirar a beleza das flores silvestres; concentrámo-nos sobre aquelas maravilhas e em parte esquecemos por alguns minutos a falta dos belos motetos das rolas.

Não temos palavras para descrever os nossos sentimentos que enchiam a nossa alma naqueles minutos, estávamos absortos nas pequenas flores, esquecidas no meio da mata, como tantos irmãos estão desprezados só porque estão em condições desfavoráveis na vida, porque são muito pequenos, muito humildes.

Os pavões e as pavoas dão mais nas vistas; as rosas é que merecem os jardins e assim por diante.

Estávamos recebendo muitas lições, desde humildade, amor, simplicidade, paz, harmonia, perdão aos nossos irmãos caçadores.

E a flor da esperança veio de novo!!!

Tudo tem o seu tempo.

Cada qual é livre, mas é responsável pelos seus actos; vêm aí tempos em que, como disse Leonardo da Vinci, matar um animal será um crime punido como agora é um homicídio em que respeitaremos o meio ambiente com amor e sabedoria, em que amaremos, em obras e em verdade, o nosso próximo.

 

NA BAVIERA, ALEMANHA

Ao longo da vida as óperas de Wagner têm sido uma das fontes de estudo e de meditação, especialmente graças às iluminadas explicações de Max Heindel em sua obra Os Mistérios das Grandes Óperas, traduzida em diversas línguas, incluindo em português.

Para os que têm interpretado, em nosso ver, erroneamente, as suas magistrais obras, pedimos para lerem este trabalho. Se tiverem mente aberta, certamente que ficarão com ideias muito diferentes, enriquecerão a sua alma.

Por tudo isso e porque a Baviera, como a Floresta Negra, o Reno, são áreas muito singulares, diremos mesmo únicas no Mundo, havia a necessidade de, in loco, ver, analisar, conhecer, para compreender, discernir, meditar, contemplar, sentir.

Entre várias experiências, escolhemos a que se relaciona com a Baviera, na região dos castelos ligados a essas composições musicais. No caso, no parque e mata do palácio de Linderhof, próximo da Gruta de Vénus, ligado ao 1º Acto da sua ópera Tannhauser, como os outros relativamente próximos.

Depois de termos visitado o palácio já citado, após termos percorrido alguns bons metros entre verde arvoredo até à entrada da Gruta de Vénus, eis que, abrindo a pesada porta de pedra, entrámos. Depois de admirarmos toda a beleza, seguiu-se uma profunda meditação neste local, sobre o nosso passado, como da Humanidade, tal como sobre a actualidade, saímos e ficámos durante alguns momentos contemplando a paisagem muito falada da Baviera.

Ao mesmo tempo íamos percorrendo desde tempos remotos até ao presente e remar até ao futuro.

Lembrámos nessa Gruta, símbolo das nossas paixões mais ou menos venusianas, todo esse passado de transgressões na área do Espírito Santo, como os diversos meios para a nossa renovação interna alquímica.

No caso, Tannhauser teve-a pela música, essa arte que dá muito mais prazer que as relações sexuais, conforme cientificamente está comprovado.

Com efeito não podemos estar sempre no mesmo sítio, a vida está sempre em profunda mutação, ora passamos por experiências alegres, ora dolorosas, ora sofremos, ora estamos felizes.

Cada qual tem as suas próprias experiências, muitos de nós já conseguimos deixar a Gruta de Vénus, ou a Ilha de Vénus ou dos Amores, cantada por Luís de Camões no Canto IX de forma magistral tanto no ambiente e na acção como na transmutação.

Tannhauser segue para o Castelo onde encontra os seus amigos trovadores que procuravam cultivar as virtudes, as artes, especialmente a música, a poesia.

Esta personagem simbólica consegue o perdão das suas faltas e seguir o caminho da libertação, graças ao amor puro da sua amada Elisabete.

Continuando a meditação sobre toda esta área onde se sente ainda um ambiente carregado das tradições seculares, dos arquétipos que se mantêm desde as danças até aos trajes, à gastronomia, aos cultos, onde podemos ver e admirar os maravilhosos trabalhos dos artesãos essencialmente em madeira, algumas obras-primas, e ao mesmo tempo um ambiente em plena mudança, com ideais de fraternidade, de mais alta espiritualidade.

A Baviera é única, encanta e seduz como nenhuma outra área; seus rios circulando em vales profundos; suas serras em picos formados como que apontando aos céus, aqui e ali alguns montes colocados pelo sábio Verbo Divino, onde o ser humano erigiu com muito esforço, muita dor, algumas mortes, belos monumentos, vejamos o Neuschwanstein ou Hohenschwangau, onde estão maravilhosas pinturas das cenas das óperas de Wagner.

Deixemos Wagner e as suas obras e olhemos para esta maravilhosa mata onde vários verdes nos refrescam numa tarde de algum calor de Agosto.

Perante estes belos quadros do Grande Pintor e Arquitecto, quantas telas não têm sido concebidas, inspiradas nesta paisagem densa mas onde a luz entra como que apontando o caminho para vencer as trevas; quantas obras sobre poesia não têm inspirado; quantos suspiros, anseios não encerram; ao mesmo tempo quanta alegria e felicidade miríades de seres humanos têm sentido?

Quem poderia adivinhar que estes locais devido aos seus monumentos, às óperas de Wagner, ao ambiente único de bucolismo, acabaram por ser zonas de peregrinação, locais de encontros, de saraus musicais, de contemplação que pode ajudar a que cada qual seja um filósofo…?

 

EXCERTOS DO LIVRO MEDITAÇÕES DE UM NEÓFITO

CAPA E PREFÁCIO DE PÉTALAS

PÉTALA V

ABSORTO NA NATUREZA

PÉTALA  I

JESUS, JESUS-CRISTO E CRISTO

PÉTALA X

AS CAIXAS E OS MARCOS DO CORREIO

PÉTALA III

OS ANIMAIS TAMBÉM CHORAM

PÉTALA XI

A IDADE DO AQUÁRIO

PÉTALA  IV

UM MAR DE ROSAS E DE ESPINHOS

PÉTALA XII

COSMOCRACIA

 


 
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